Centro de Atendimento ao Migrante conquista Prêmio Caxias do Sul
A honraria foi entregue ao CAM pelo Legislativo a partir da indicação do vereador Rafael Bueno/PDT em solenidade desta terça-feira (04/06), data em que a entidade completou 40 anos
Pelas quatro décadas de acolhida a quem chega ao município ou à região vindo de outros países ou cidades refugiado ou movido pela esperança de uma vida melhor, o Centro de Atendimento ao Migrante (CAM) recebeu do Parlamento municipal o Prêmio Caxias do Sul. A distinção foi entregue a partir da indicação do vereador Rafael Bueno/PDT em cerimônia conduzida pela presidente Marisol Santos/PSDB, na noite desta terça-feira (04/06). Na mesa principal, também estiveram a presidente da Associação Educadora São Carlos/AESC (Mantenedora do CAM), irmã Marileda Baggio, a diretora-executiva do CAM e Cidadã Caxiense, Irmã Celsa Zucco, e o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação, Jorge Catusso, representando o prefeito Adiló Didomenico/PSDB. Já na plateia, a solenidade registrou a presença de imigrantes de outras nações, como Senegal, Venezuela e Itália.
Com formação em História e Geografia e especialização em Direitos Humanos, o parlamentar Rafael Bueno detalhou o percurso do CAM, que é uma instituição vinculada à Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo Scalabrinianas e mantida pela Associação Educadora São Carlos. Segundo o autor da homenagem, a entidade teve origem em uma pesquisa documental realizada na década de 1980, pelas Irmãs da Província Imaculada Conceição, e referente ao fluxo migratório do campo à cidade e de seus aspectos socioculturais.
Como resultado dessa pesquisa, Bueno conta que nasceu o CAM, no dia 4 de junho de 1984. Com o passar do tempo, foi se adequando às diferentes realidades. Em 2018, a AESC redimensionou as atividades do Centro, passando a ser um serviço de responsabilidade social, dando maior visibilidade à missão Scalabriniana, ao se consagrar como referência internacional às vítimas de violência e violação de direitos. De acordo com o legislador, o CAM traz o carisma do fundador da Congregação, João Batista Scalabrini, com a missão e a tradição no serviço evangélico e missionário aos migrantes. Além disso, dá atenção a uma das grandes causas do século 21: a mobilidade humana forçada, seja por conflitos, perseguições, impactos ambientais ou desigualdade socioeconômica.
Entre os compromissos do CAM, estão: acolher, proteger, promover e integrar os imigrantes, refugiados, apátridas e vítimas de tráfico de pessoas, independentemente da fé, da cultura e da tradição, ofertando serviços de qualidade, competência, respeito, dignidade, imparcialidade e não discriminação, alinhados às políticas públicas, em parceria com entidades civis e religiosas, consolidando a missão da Congregação MSCS e a prática da responsabilidade social, frisa Bueno, explicando os programas desenvolvidos pela entidade, como: Acolhida, Advocacy, Conecta, Equidade, Integrare, Itinerância, Legame, Sustentabilidade e Vitare.
A instituição executa ações voltadas à promoção e ao acesso às políticas públicas e à regularização migratória, com atendimento jurídico gratuito e assessoria a instituições e órgãos públicos e privados. Ainda exerce papel de formador de novos agentes públicos, privados ou voluntários para ampliar a rede de atenção à causa migratória no Brasil, por meio de cursos e eventos.
Tanto a irmã Celsa quanto a irmã Marileda reafirmaram o sentimento de gratidão ao vereador Rafael Bueno e à Câmara pela honraria. Celsa retomou detalhes do caminho do CAM, que “coleciona histórias e memórias” de quem foi obrigado a mudar de nação ou fez isso por decisão própria. Também mencionou que o ato de migrar acompanha as necessidades humanas e é fruto das mudanças globais que a sociedade enfrenta. Para ilustrar, citou os atuais refugiados do clima. Quanto aos objetivos do CAM, disse que é construir pontes e acolher quem chega de fora com dignidade e respeito. “Este é um momento não só de celebração, mas de reflexão sobre os desafios da migração. Precisamos, com solidariedade, abrir portas a quem busca um novo começo. Para o migrante, a pátria é a terra que lhe dá o pão”, enfatiza irmã Celsa, reproduzindo a conhecida frase de São João Batista Scalabrini.
Irmã Marileda relatou a sensibilidade e o trabalho de Scalabrini em benefício de quem deixava suas raízes em busca de melhores condições. E pontuou o compromisso social do CAM e a transparência que marca a instituição diante de quem apoia as iniciativas que abraçam os imigrantes. Nessa linha, se manifestou a presidente Marisol, ao parabenizar a entidade pelo empenho permanente e ao agradecer a todos que ajudam o CAM a se manter e a bem servir os estrangeiros que escolhem o Brasil como morada.
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