Exportadoras sofrem com reoneração da folha
Governo vai aumentar tributos a empresas de 39 setores para compensar queda na arrecadação provocada pelos descontos no preço do diesel
Na semana passada, o Governo Federal sancionou a lei que prevê a reoneração da folha de pagamento para empresas de 39 setores da economia e anunciou o corte nos gastos públicos (áreas da saúde e educação incluídas). As medidas foram adotadas na tentativa de cobrir a queda na arrecadação provocada pelo desconto no litro do óleo diesel, concedido desde sexta-feira (01) e pelos 60 dias seguintes. O governo calcula que vai deixar de arrecadar aproximadamente 10 bilhões de reais, nesse período.
E os impactos serão sentidos especialmente pelas empresas exportadoras, segundo o economista Eduardo Trapp Santarossa. “É uma pena que isso foi resolvido com a reoneração, com o aumento de tributos para alguns setores. Quem vai sentir, principalmente, é a indústria exportadora e vai frear a retomada de empregos e dos setores econômicos no Brasil”, disse, em entrevista ao programa Conectado dessa segunda-feira (04).
Na Educação, o corte será de R$55,1 milhões de reais. Outros R$135 milhões deixarão de ser investidos em um programa destinado ao fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo Santarossa, o corte de investimentos não é a solução. “É muito difícil avaliar outras medidas. Está muito difícil para o governo assumir (cumprir) as metas orçamentárias com as quais se comprometeu. O Brasil tem um problema de gastos públicos muito altos e um problema de qualidade de seus gastos públicos. E, nos últimos anos, com a depressão da atividade econômica, a arrecadação caiu muito. Por trás de tudo isso está a lentidão na recuperação econômica. Então, o governo adota medidas paliativas que não resolvem o problema do governo”.
Ouça a entrevista na íntegra no podcast ao lado.
Comentários