O 1º Encontro das Secretarias de Turismo da Região Metropolitana da Serra Gaúcha, realizado no último dia 24 de fevereiro, em Farroupilha, deu o ponta pé inicial para a criação de uma Rota Turística. Com o tema central “o desafio da integração dos roteiros turísticos da Serra Gaúcha”, participaram a Associação de Turismo da Serra Nordeste (ATUASERRA), Sindicato Empresarial da Gastronomia e Hotelaria Região Uva e Vinho (SEGH) e entidades empresariais de Farroupilha. A ideia de formatar esse caminho encontra respaldo na Lei 14.293/2013, que cria a Região Metropolitana da Serra Gaúcha, de autoria do deputado estadual Vinícius Ribeiro (PDT). A proposta é que esse encontro ocorra novamente, de forma itinerante, nos demais municípios.

O objetivo da Rota é incentivar o desenvolvimento sustentável do potencial turístico regional; o fortalecimento, ampliação e desenvolvimento da produção local nas áreas do turismo cultural, histórico, gastronômico, religioso, ecológico e/ou de aventura, arquitetônico e a implantação de mecanismos de educação ambiental e incentivo aos empreendimentos turísticos; o incentivo à organização produtiva das comunidades locais relacionadas ao turismo, ao artesanato e a geração de novas fontes de emprego e renda.

A Região Metropolitana da Serra Gaúcha compreende os municípios de Antônio Prado, Bento Gonçalves, Carlos Barbosa, Caxias do Sul, Farroupilha, Flores da Cunha, Garibaldi, Ipê, Monte Belo do Sul, Nova Pádua, Pinto Bandeira, São Marcos e Santa Tereza. A proposta, que visa criar a  Rota Turística na Região Metropolitana da Serra Gaúcha, foi protocolada há duas semanas deputado Vinicius Ribeiro, na Assembleia Legislativa. São cerca de 33 roteiros nas 13 cidades e o Projeto de Lei 1/2017, também de autoria do Deputado Vinicius Ribeiro, institui a Rota Turística da Região Metropolitana da Serra Gaúcha no âmbito do Estado do Rio Grande do Sul.

O deputado Vinícius Ribeiro disse que é preciso colocar em prática a Região Metropolitana da Serra Gaúcha, por isso o governo do estado precisa legitimar e regulamentar. Para ele os 13 municípios precisam entender que o limite geográfico de cada um, deixa de ser o seu município e passa a ser a região. “Nós temos que pensar em diversas áreas, como o abastecimento de água, planejamento urbano, transportes e entre eles a área do turismo que é a mais fácil e a que tem condições de criar esses acordos regionais. Quando a gente conversa com os municípios se verifica que temos belíssimos roteiros turísticos, só que eles não se conversam entre si, tem identidade e cultura semelhante, envolve gastronomia, religiosidade, espiritualidade, tem uma natureza muito bela, mas eles não conversam entre si”, lamenta

Para o deputado, o projeto 1/2017, tem o intuito de agregar o desenvolvimento sustentável na área do turismo, interligando os roteiros. “Por exemplo: o turista que fizer o Caminho do Padre João Schiavo em Caxias pode visitar a gruta de Nossa Senhora Aparecida em São Marcos. Ou quem faz o roteiro Histórias e Memórias no Desvio Blauth, em Farroupilha, pode ir à rota do sabor, em Garibaldi”, explica.

Com essa iniciativa vão ser discutidos como promover roteiros enogastronômicos, religiosos e de aventura em conjunto. Um projeto embrionário que Farroupilha vem trabalhando neste sentido é o Caminhos de Caravaggio, inspirado em Santiago de Compostela na Espanha. O trecho de cerca de 150 quilômetros envolveria cinco municípios. Um dos roteiros pode começar em Farroupilha com a visita ao Roteiro Histórias e Memórias e juntar-se a um roteiro de Carlos Barbosa, Garibaldi, Pinto Bandeira ou Bento Gonçalves. Além de Farroupilha e Canela, que têm os santuários em homenagem a Nossa Senhora, também integraria a rota: Caxias do Sul, Gramado e Nova Petrópolis.

As prefeituras estão fazendo o mapeamento do roteiro em cada cidade. A ideia é que os peregrinos passem por trechos do interior dos municípios, que têm igrejas e pequenas capelas, chamadas capitéis. Para isso busca-se com parcerias para estruturar o percurso, não só com placas indicativas, mas com estabelecimentos dispostos a abrigar e oferecer refeições aos romeiros.

Roteiros

I- Caminhos do Interior, Roteiro Urbano, Roteiro Criúva, Roteiro de Ana Rech, Roteiro Estrada do Imigrante e Roteiro Caminho Padre João Schiavo, no município de Caxias do Sul.

II - Roteiro Vale Trentino, nos municípios de Caxias do Sul e Farroupilha.

III - Roteiro Caminhos da Colônia, nos municípios de Caxias do Sul e Flores da Cunha.

IV - Roteiro Vale dos Vinhedos, Roteiro Caminhos de Pedra, Roteiro Vale do Rio das Antas, Rota Cantinas Históricas e Rota Rural Encantos de Eulália, no município de Bento Gonçalves.

V - Recanto Bergamasco e Rota L'Amore Di Colonia, no município de Carlos Barbosa.

VI - Roteiro Turístico dos Vinhos, no município de Pinto Bandeira.

VII - Caminhos de São Miguel de Monte Belo, no município de Monte Belo do Sul.

VIII - Roteiro Histórias e Memórias, Roteiro Caminhos de Caravaggio, Rota de Compras, Rota dos Moscatéis e Roteiro Caminhos de Caravaggio Cicloturismo Peregrino, no município de Farroupilha.

IX - Roteiro Estrada do Sabor, Roteiro "Passadas – A Arquitetura do Olhar", Roteiro Rota de Compras, Roteiro Rota dos Espumantes, Roteiro Vila Orgânica e Roteiro Religioso Aeternum, no município de Garibaldi.

X - Rota dos Vinhos dos Altos Montes, nos municípios de Flores da Cunha e Nova Pádua.

XI - Rota Vales da Serra, Compassos da Mérica Mérica, Roteiro Turístico Melhor Idade e Roteiro Caminhos da Colônia, no município de   Flores da Cunha.

XII - Roteiro Turístico Rural Recantos Coloniais, no município de Antônio Prado.

 Os atrativos

O projeto define os atrativos turísticos, locais e eventos de interesse turístico, por seu aspecto cultural, histórico, natural/ecológico, gastronômico, religioso e de entretenimento, como lagoas, rios, lagos, cascatas, morros, matas e florestas; as reservas e parques ambientais; as obras e monumentos inclusos no Patrimônio Histórico e Cultural de âmbito nacional, estadual ou municipal; os empreendimentos de cunho turístico, cultural, religioso, arquitetônico, gastronômico, ambiental e tecnológico. Também diz a matéria legislativa que o Poder Público fica autorizado a firmar parcerias com universidades, entidades do terceiro setor e com a iniciativa privada, objetivando apoiar atividades da Rota Turística da Serra Gaúcha.

Cidade polo

Caxias do Sul é apresentada como polo da a Região Metropolitana da Serra Gaúcha, por ser o maior centro urbano da região e um dos mais populosos do Estado. Forma com a Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), um eixo de ocupação de direção norte-sul com características econômicas muito dinâmicas. Em 2010 o conjunto dos 13 municípios possuía uma população de 735.276 habitantes, densidade de 163,2 habitantes/km² e taxa de crescimento de 1,7% a/a.

A Região Metropolitana da Serra gaúcha foi criada em 2013 e reúne 13 municípios. Nascida a partir da Aglomeração Urbana do Nordeste (AUNe), ela exige que as cidades passem a ser pensadas em seu conjunto e de forma estrutural para atender a uma demanda com alta concentração populacional.

Passados quase quatro anos da aprovação da lei apenas Antônio Prado, Ipê e Farroupilha aprovaram as leis de adesão à conglomerado de municípios. Para que a Região Metropolitana seja regulamentada pelo governo do Estado e comece a funcionar na prática, é preciso que todos os municípios aprovem a lei municipal. Uma região metropolitana tem benefícios como recursos federais facilitados e a possibilidade de ligações telefônicas com tarifa local entre as cidades integrantes.