Ele tinha só 11 anos quando deu os primeiros passos na vida religiosa. Foi em 1954 que a família de Alessandro Ruffinoni o enviou para os estudos religiosos. “Eu era um menino muito vivaz, gostava muito de ficar na rua jogando bola com meus colegas. Entrei no seminário com esse espírito”, conta.

Claro que o ambiente de muita disciplina e deveres provocou mudanças. “Isso eu aprendi desde pequeno, no seminário: disciplina no estudo, na oração, ter horário, comer de tudo e, sobretudo, estar junto aos colegas formando uma comunidade. Isso é muito importante: saber conviver, respeitar os outros”.

Nascido e criado na Itália, Alessandro Ruffinoni chegou ao Brasil em novembro de 1970, nove anos depois de se tornar religioso scalabriniano. Trabalhou em quatro municípios gaúchos (Casca, Gravataí, Guaporé e Porto Alegre) e no Paraguai, antes de ser nomeado bispo coadjutor da Diocese de Caxias do Sul, em junho de 2010. Um ano mais tarde, assumiu a função de Bispo Diocesano, em substituição a Dom Paulo Moretto (hoje, Bispo Emérito).

Recentemente, Dom Alessandro pediu renúncia ao Vaticano porque, em agosto, vai completar 75 anos, idade em que os bispos são obrigados a deixar o cargo. Em entrevista ao programa Conectado, nesse sábado (16), ele disse que tem recebido muitos pedidos para “ficar mais um pouco” e afirmou que não são os postos de liderança que tornam as pessoas extraordinárias. “A importância de uma pessoa não é só comandar. A gente comanda porque tá no ofício que tem que comandar, mas a característica do cristão é servir”, destacou.

O bispo da Diocese de Caxias do Sul também afirmou que não vai deixar de trabalhar, após o afastamento do cargo. “Costumo dizer que continuo trabalhando como se fosse o primeiro dia de Bispo ou como se fosse o meu último dia. Estou trabalhando com muito amor, dedicação e vamos rezar para que novo Bispo seja bem acolhido e tenha a força do Espírito Santo para realizar um bom trabalho”.

Confira a entrevista completa no podcast ao lado.