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Guiomar Chies: um ícone do jornalismo esportivo caxiense

por Pablo Ribeiro

Aos 77 anos, Guiomar Chies relembrou suas histórias de vida e profissão, no programa Conectado Perfil, na manhã deste sábado

Foto: Pablo Ribeiro/Tua Rádio São Francisco

Dentre os grandes protagonistas da história do jornalismo caxiense, destaca-se a figura de Guiomar Chies, que se dedicou especialmente no jornalismo esportivo. Aos 77 anos, Chies relembrou suas histórias de vida e profissão, no programa Conectado Perfil da Tua Rádio São Francisco, na manhã deste sábado (9).

Ouça o programa completo:  PARTE 1  |  PARTE 2  |  PARTE 3

Guiomar Chies nasceu em 7 de janeiro de 1942, na Localidade de Arroio Canoas, que, à época, pertencia a cidade de Montenegro. É filho de Catarina Victorino Chies. “O pai e a mãe tinha um estabelecimento onde se comprava e vendia de tudo, então eu tive muito contato com a comunidade.Antigamente se dizia que era o “bodegão”. O pai também era alfaiate. Então, eu tive uma infância muito agradável e que me traz muitas recordações”, lembra Guiomar, que tem mais dois irmãos.

Após o ensino primário, Guiomar foi para o internato, no Instituto Clarete, no município de Esteio. Chegou em Caxias do Sul em 1958, onde cursou o Curso Clássico na escola Cristóvão de Mendoza. “Eu era um bom aluno, mas me compliquei em termos de rendimentos porque me envolvi no movimento estudantil, que, à época, era muito forte”. O jornalista lembra que, ainda na época do internato, surgiu o desejo de se envolver no movimento estudantil. Foi no movimento que ele viu surgiu o gosto pelo jornalismo.

Em 1962, Guiomar passou a ediatar o jornal “O Espião”, do Grêmio Estudantil do Cristóvão de Mendoza. Logo após, foi assessor de imprensa da União Caxiense dos Estudantes Secundaristas (UCES), que mantinha uma página semanal no Jornal Pioneiro, sobre assuntos do movimento estudantil, assim como um programa dominical na Rádio Difusora, também sobre o tema.

Outros caminhos

Por uma década, Guiomar Chies trilhou outros caminhos, paralelos à comunicação. Ele foi bancário no Banrisul. Mas a veia jornalística sempre falou mais alto na vida dele. “No sindicato dos bancários, nós editamos o jornal do sindicato, que era bastante envolvido no esporte. Era o ABC, o Atlético Bancário Caxiense. Aí que começou o envolvimento com a área da imprensa”, conta.

Guiomar resolveu se dedicar mais ativamente à imprensa, mas ainda concomitantemente com suas atividades bancárias. Em 1967, após convite de Mário Gardelin, ingressou na sucursal da Companhia Caldas Júnior. Nesse período, Guiomar produziu matérias para os jornais Correio do Povo, Folha da Tarde e Folha Esporte. “Eu tenho a satisfação de dizer que pude veicular notícias, especialmente esportivas, de muitas modalidades, até futebol de mesa. Então, o que existia de esporte, em Caxias, era veiculado pelos jornais de Porto Alegre”.

Respirando jornalismo

Guimar Chies resolveu largar o banco e seguir no jornalismo. Foram muitos os convites de trabalho para o jornalista, de empresas de Caxias e Porto Alegre. “Como se ganhava pouco, tinha que trabalhar em muitos lugares. Se fazia com certo desprendimento, porque se fazia porque se gostava”, conta.

Em 1972, após passagem pelo Jornal Correio Riograndense, dos Freis Missionários Capuchinhos, Guiomar foi para o Jornal Pioneiro, a convite de Guilherme Brandalise. No jornal, fez história com a coluna Pelotaço, onde publicava a seção A foto que não foi publicada, uma das grandes marcas de sua carreira. “Tivemos a ideia de aproveitar as fotos que não eram publicadas, tanto do esporte como assuntos gerais, e dar outro enfoque, num sentido mais jocoso, hilário”.

Guiomar conta que, naquela épooca, as notícias viajavam de ônibus, nada comparado às facilidades dos dias de hoje. “Me recordo que a primeira matéria minha que saiu na Folha da Tarde, foi um acidente de trânsito, na esquina da Sinimbú com Borges de Medeiros, entre dois veículos, com danos materiais. Um acidente de trânsito, à época, era uma coisa de admirar. O fotógrafo Vasco Rech, meu companheiro de cobertura, fez a foto e revelou. Eu datilografei o texto e nós colocamos a matéria no envelope e colocamos em um ônibus que foi para o Porto Alegre. Dois dias depois, a matéria saiu no jornal”.

Além dos jornais, Guiomar Chies também teve passagens pelas rádios Caxias, São Francisco e Miriam. Na Câmara de Vereadores, trabalhou por 28 anos. “No Legislativo, é preciso ter um conhecimento na área jurídica, e fiz o Curso de Direito na Universidade de Caxias do Sul”.

Mesmo se intitulando como um pesquisador e não escritor, Guiomar Chies escreveu os livros Os poderes fazem história, Os 50 anos da paróquia de Santa Catarina, Dignidade e Independência e “105 anos de voluntariado: a história do Pio Soldalício das Damas de Caridade do Hospital Pompéia”.

Na música, o jornalista também participa do Coral Stella Alpina, de Caxias do Sul.

Guiomar Chies é casado com Dona Gema, com quem tem os filhos Túlio, Márcio e Rodrigo. “A família é um suporte muito importante, pelo apoio que tive dos filhos e da esposa. Durante as atividades que tive, muitas vezes eu saía de casa de manhã e as crianças estavam dormindo, e quando eu voltava a noite, elas estavam dormindo. A família compreendeu e tem orgulho do trabalho que realizei”, finaliza.

No dia 25 de novembro, Guiomar Chies receberá o Troféu ARI Serra Gaúcha, pela sua contribuição à comunicação. O evento ocorrerá durante Reunião-almoço da CIC Caxias, e, além de Guiomar Chies, irá premiar outros oito profissionais da comunicação.

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