Sindicato denuncia problemas em escolas de Educação Infantil de Caxias do Sul
Presidente do Senalba afirma que faltam merenda, material pedagógico e profissionais para atendimento às crianças
Pelo menos 30 das 45 escolas de Educação Infantil conveniadas de Caxias do Sul passam por dificuldades estruturais: falta de merenda, de material pedagógico e de profissionais. A denúncia é feita pelo Senalba (Sindicato dos Empregados em Entidades, Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional de Caxias do Sul). A entidade aponta ainda que alguns prédios estão com estrutura comprometida.
“Não dá para dizer que (há problemas) em duas ou três ou dizer que nas 45. Em mais de 30 escolas faltam alimento ou material pedagógico. Em Forqueta, por exemplo, caiu a cerâmica, tá lá com escora. Na região da Frei Ambrósio (no bairro Esplanada) o prédio é antigo, carece de várias reformas. O CAIC tá com problema sério no telhado. Em outras, chove dentro. O meio da escola não tem a coberta dos lados, só o telhado. Isso gera falta de qualidade (no ensino)”, afirma Claiton Melo, presidente da entidade.
Ouça a entrevista completa aqui.
O sindicato que representa os trabalhadores da Educação Infantil conveniada também reclama direitos trabalhistas. Melo afirma que o dissídio 2018 ainda não foi assinado e a data-base é o mês de abril. “A convenção geral já existe e abraça muitas categorias. Essa negociação é feita em Porto Alegre pela nossa federação (Fesenalba), porém a gente não assinou nada no que tange à educação infantil conveniada de Caxias. Eu não estaria discutindo se isso aí já tivesse sido assinado”, afirma.
A educação infantil conveniada começou 2018 com cerca de 500 funcionários. O Senalba aponta que 180 foram demitidos, nos últimos meses. “É uma lástima porque na educação infantil conveniada as pessoas faziam carreira e hoje não conseguem ficar um mês. Há excesso de crianças (nas salas de aula)”, aponta.
Em nota, a Secretaria de Educação de Caxias do Sul contesta o número. Afirma que 126 funcionários foram demitidos, no ano, sendo 30 por solicitação dos próprios trabalhadores. Segundo o Município, as demais demissões, na maioria, ocorreram ainda no período de experiência, em função de alguns funcionários não terem correspondido à rotina da educação infantil.
A secretaria de educação reconhece que, em alguns horários, as educadoras ficam com um número de crianças maior do que seria o adequado e afirma que essa semana vai publicar aditivo para aumentar o número de funcionários.
O Município afirma ainda que a convenção coletiva já foi feita e que a prefeitura está encaminhando aditivo aos contratos de gestão para o repasse salarial, de acordo com a convenção vigente. A Prefeitura também garante a manutenção dos direitos já adquiridos pelos trabalhadores e afirma que não há falta de merenda e nem de materiais para o trabalho.
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