Sindicatos se opõem a proposta para volta obrigatória das aulas presenciais no RS
Baixar ÁudioIdeia foi colocada pelo Sindicato do Ensino Privado (Sinepe/RS) e está em análise do Governo do Estado
O Governo do Estado do Rio Grande do Sul estuda tornar obrigatório o retorno presencial dos estudantes da rede pública e privada às salas de aula em 2021. A medida vale para os ensinos fundamental, médio e superior. A proposta foi colocada pelo Sindicato do Ensino Privado (Sinepe/RS) e está em análise pelo Gabinete de Crise do Palácio Piratini.
A sugestão do sindicato é que as turmas fossem separadas pela metade e sofressem revezamento em um período definido pela escola. O aluno que ficar em casa remotamente faria as atividades à distância, enquanto os outros na instituição. Após, seria realizado o inverso. A presença de estudantes em sala de aula seria de no máximo 50%, respeitando o distanciamento de 1,5 m. Apenas seria permitida a falta de alunos e professores que estão no grupo de risco da Covid-19.
Segundo o presidente do Sinepe/RS, Bruno Eizerik, é importante o retorno devido ao prejuízo educacional que as crianças e os adolescentes sofrem sem o contato com a escola. Ele acredita que o objetivo é pensando no futuro da juventude gaúcha. Ainda foi reforçada a ideia de que todos os protocolos sanitários serão seguidos para manter a segurança da rede escolar.
Já o CPERS/Sindicato é contra a recomendação feita pelo Sinepe/RS. A 1ª vice-presidente da entidade, Solange Carvalho, discorda de obrigar os pais ou responsáveis a colocarem a saúde dos estudantes em risco. Ela acredita que o Sinepe/RS não deve interferir na política das instituições públicas e defende o aprimoramento do ensino remoto. Outra situação é que as escolas públicas sofrem de problemas estruturais. Ela coloca que a realidade é diferente da vivida por uma rede particular.
O Sindicato dos Professores de Caxias do Sul (Sinpro/Caxias) compartilha da mesma opinião. Uma das coordenadoras da entidade, Liliane Maria Viero Costa, afirma que há uma preocupação pela saúde dos docentes e dos demais frequentadores dos espaços de ensino. Ela acredita que deva haver a preservação de todos e ressalta que a escola não é apenas a sala de aula, é todo o deslocamento feito até chegar ao local, o que pode gerar a disseminação do coronavírus.
O CPERS/Sindicato comunica que vai procurar instâncias jurídicas para reverter uma possível decisão e vai conversar com todas as entidades ligadas a educação. Haverá ainda uma procura da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) para debater o tema.
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