Acadêmica de Ciências Biológicas pesquisa paleotocas existentes em Caxias do Sul
Ela desenvolve seu trabalho de conclusão de curso em parceria com a UFRGS
Foto: Caroline Lazzari
Cursando o último semestre do curso de Ciências Biológicas, Caroline Lazzari, 26 anos, de Garibaldi, desenvolve seu trabalho de conclusão de curso (TCC) em parceria com a UFRGS, investigando a possibilidade da ocorrência de paleotocas na região de Caxias do Sul. Como a nossa região tem um relevo acidentado e densa cobertura florestal, paleotocas são difíceis de localizar.
Orientada pela professora Cláudia Pinto Machado – doutora em Geociências com área de concentração em Paleotologia, o TCC de Caroline tem o apoio do professor Heinrich Frank, geólogo da UFRGS (que foi docente da professora Cláudia), que integra o Projeto Paleotocas.
Paleotocas
As paleotocas são túneis cavados por animais pré-históricos de grande porte como tatus gigantes e preguiças gigantes. Esses túneis são geralmente percebidos quando há escavações e terraplenagens, pois nestes casos a cobertura vegetal e o solo são removidos, expondo estas estruturas. Sabe-se que essas estruturas pertenceram a esses animais, pois no interior desses túneis ficaram registradas as marcas das garras que usaram para escavar. Assim, os pesquisadores usam todas as informações encontradas no interior das paleotocas, juntamente com a idade, localização e registro fóssil, para concluir sobre o animal que provavelmente a escavou.
Descobertas
O estudo que está sendo realizado já constatou que, ao Sul de Caxias do Sul, nas escavações para a ampliação de uma estrada, foram encontradas seis paleotocas preenchidas. São manchas vermelhas ou marrons, circulares a elípticas com até dois metros de diâmetro, que se destacam nos cortes feitos pelas escavadeiras e retroescavadeiras.
Na estrada que contorna a Barragem da Maestra foram encontradas cinco paleotocas abertas. A maioria possui diâmetros menores (menor que um metro) e está atulhada com barro. Uma destas, entretanto, está aberta e possui 1,5 m de diâmetro e dois metros de profundidade, constituindo o final de uma paleotoca de grande porte destruída durante a construção da estrada. Nesta paleotoca é possível observar marcas de garra na parede, feitas pelo animal que escavou a toca há mais de 10 mil anos. Próximo da barragem, em outro corte de estrada, foram encontradas mais três paleotocas preenchidas, totalizando 14 paleotocas.
Caroline enfatiza que a falta de informação acaba deixando com que cada vez mais essas estruturas sejam destruídas sem ao menos serem identificadas. Como essa pesquisa necessita de um número maior de paleotocas como amostra, a equipe de pesquisadores solicita às pessoas que informem sobre a existência de outros túneis na região de Caxias do Sul, para que esses túneis possam ser medidos e fotografados. Contatos podem ser feitos pelo email [email protected] ou pelos telefones (51) 3032-0382 e (54) 9166-9641.
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