A 33ª edição da Festa da Uva, em Caxias do Sul, gerou um prejuízo de R$ 3,1 milhões. Os dados foram apresentados pela Comissão Comunitária do evento durante coletiva de imprensa nesta sexta-feira (29/04). A falta de repasse da Lei de Incentivo a Cultura (LIC) pelo governo federal foi o principal fator apontado como responsável para a falta de lucro.

Durante a apresentação dos resultados, o comitê colocou que a verba federal era enviada todos os anos pelo governo para custear parte da festa. Porém, ela não foi publicada a tempo de ser captada durante a realização da edição, mesmo passando por todos os trâmites devidos. Com a falta do montante, foi necessário pagamento de recursos próprios e estaduais e municipais, para montagem da estrutura do evento. 

O presidente da Comissão, Fernando Bertotto, afirma que a pandemia também afetou a arrecadação, pois muitas pessoas temiam a Covid-19 e ficaram receosas de comparecer aos Pavilhões. Foi estimado que cerca de 30% do público deixou de comparecer à Festa por temer a doença.

 Foram arrecadados com patrocínios, venda de áreas e bilheteria cerca de R$ 12,1 milhões. Neste valor está incluso o apoio do Município com R$ 4,5 milhões, recurso aprovado pela Câmara de Vereadores neste ano. Porém, as despesas chegaram a R$ 15,2 milhões. Conforme Bertotto, o valor angariado já estava previsto, mas com a falta do repasse federal e o baixo público, os gastos foram maiores do que os calculados.

Outro fator para o prejuízo foi que os expositores tiveram o valor da locação dos espaços na festa abatido, pois já haviam pago seus estandes na Festa da Colheita, cancelada em março de 2020, devido ao início da pandemia. A Comissão colocou que, sem essa política, esta edição fecharia no lucro de R$ 131 mil.

Diante do resultado, a Comissão busca empréstimos bancários para o pagamento de fornecedores.