13º salário deve movimentar valor recorde na economia de Caxias do Sul após seis anos
Baixar ÁudioDados são do Observatório do Trabalho da UCS
O 13º salário dos trabalhadores de Caxias do sul deve injetar na economia da cidade R$ 669,4 milhões até o final do ano. É o que mostra o estudo realizado pelo Observatório do Trabalho da Universidade de Caxias do Sul (UCS), divulgado nesta semana.
A estimativa representa uma série histórica para 2019. Dos últimos seis anos, este será o que mais movimentará a economia com o 13º salário. Apenas 2018 se aproximou, quando foram injetados cerca de R$ 650 milhões no município. O economista Mosar Leandro Ness explica que isso é decorrente de uma nova metodologia de cálculo usada pelo órgão, que se mostraria mais fiel a realidade. Outro motivo seria o aumento do número de empregados na cidade.
O público que mais aplicará dinheiro é o de trabalhadores formais. Ele recebe em duas parcelas nomeadas de “adiantamento” e “saldo”, uma para ser quitada até 30 de novembro e a outra em 20 de dezembro. Neste ano, o órgão estima que existam 164,8 mil caxienses empregados com carteira assinada que vão receber uma remuneração do 13º de R$ 3.064,50, de acordo com números do Índice de Preços ao Consumidor do município. Com esse montante, Caxias do Sul ganharia mais de R$ 505 milhões para movimentar sua economia apenas com o mercado formal.
Ness avalia que esse público vai priorizar o uso da verba no pagamento de dívidas adquiridas ao longo do ano. Porém, ele informa que os trabalhadores com remuneração superior R$ 3 mil escolherão investir o dinheiro para gastar futuramente.
A outra situação está no pagamento do 13º salário aos beneficiários da previdência social, que devem colocar na cidade aproximadamente R$ 164 milhões. Isso porque Caxias do Sul conta com 108,2 mil aposentados e pensionistas do INSS, refletindo em uma remuneração de R$ 1.518,78. O salário também se divide em duas parcelas, uma deveria ter sido paga entre agosto e setembro e a outra deve ser quitada até 20 de dezembro. Conforme o economista, aproximadamente 21% dos beneficiários gastará o 13º para liquidar as dívidas e o restante usará para consumo nas lojas. Já os que possuem maior renda utilizarão o valor em investimentos.
O valor total divulgado pelo Observatório do Trabalho da UCS podem sofrer alterações. O órgão estima que o montante deva crescer em 3,08% em relação ao ano passado. O estudo foi baseado em dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e do Sistema de Informações da Previdência Social (DATAPREV), ligados ao Ministério da Economia.
(Ouça as entrevistas no "Ouvir notícia" abaixo da manchete).
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