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Economista Antônio Lanzana afirma que a crise brasileira é doméstica e nada tem a ver com outros países

por Ivan Sgarabotto

Economista abordou em evento sobre o atual cenário político e econômico brasileiro

Foto: Camilo Siqueira

“Não podemos culpar os outros países do mundo pela crise política e econômica que assola o Brasil. A nossa crise é interna, é doméstica, foi criada pelos próprios governantes e nada tem a ver com o desempenho de outras nações que estão em pleno desenvolvimento”. Foi o que afirmou o economista e doutor em Economia pela USP – Universidade de São Paulo, Antônio Lanzana ao abrir o evento que abordou o atual cenário político e econômico brasileiro.

Lanzana falou nesta quarta-feira, 13, para um expressivo público de empresários e executivos do segmento metalmecânico de Caxias do Sul e região que participou do encontro promovido pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico – SIMECS.

Conforme o economista, o cenário Internacional mostra a economia mundial crescendo. O FMI revisou para baixo suas projeções (de 3,4% para 3,2%) mas o crescimento é favorável. Problemas do início do ano ( incerteza sobre o crescimento da China, solvência dos bancos europeus e menor crescimento  dos Estados Unidos) foram encaminhados e reduziram a volatilidade. Portanto, o problema brasileiro é doméstico.

O Brasil têm problemas graves na área econômica (irresponsabilidade na condução da política econômica). Alguns dos problemas foram superados (câmbio mais realista e correção de preços defasados); setor externo está “arrumado”. A grande distorção e o grande desafio é reduzir o déficit público (que superou 10% do PIB em 2015 e deve ter comportamento semelhante em 2016), para mudar a trajetória explosiva de crescimento da dívida pública ( que caminha para superar a casa dos 80% do PIB em 2017).

Os impactos sobre a economia foram inevitáveis: O PIB caiu 3,8% em 2015; a indústria retrocedeu 8,3% em 2015; desemprego continua se expandindo; e a inflação acelerou-se mas começa dar sinais de arrefecimento exatamente em função do quadro recessivo.

O economista também fez algumas projeções para 2016: PIB de -4,0%; Indústria de Transformação com crescimento negativo de 9,0%; Inflação: 7,0%; Taxa de Juros de 13,75%; Taxa de câmbio mais sensível ao cenário político no curto prazo, podendo se situar em R$ 3,30 (com impeachment) ou R$ 4,30 (sem impeachment).

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