Exposição destaca etnias do povo caxiense
Ponto de Cultura Casa das Etnias desenvolve atividades
Caxias do Sul é, hoje, uma cidade multiétnica. A região é formada por diversos povos que, aos poucos, mudaram o cenário típico construído pela imigração italiana. Para que os caxienses e visitantes possam conhecer mais sobre a contribuição desses povos, o Ponto de Cultura Casa das Etnias criou a exposição permanente “Toc! Toc! Abra a porta... As etnias na história de Caxias do Sul – Suas Marcas e Memórias”.
A ambientação histórico-étnica conta, através de seis portas, ilustradas com rostos de crianças, como se formou o povo caxiense. Cada criança faz referência a uma origem, iniciando pelo povo indígena e passando pela etnia italiana, alemã, afro etc. Ao abrir cada porta, depois de bater (daí o toc, toc), o visitante se depara com fotografias, objetos e uma síntese da história construída pela etnia na região.
O projeto foi elaborado pela arquiteta Sayonara Guaresi. Depois de aprovado, contou com recursos da Lei de Incentivo à Cultura (LIC). A narração da história e montagem dos textos que ilustram as portas são da historiadora Ana Paula Almeida e a produtora cultural Cleri Ana Pelizza coordenou a execução da ambientação.
Ponto de Cultura Casa das Etnias
O Ponto de Cultura Casa das Etnias iniciou suas atividades em agosto de 2011. A partir de outubro de 2013, as atividades foram concentradas no antigo complexo da Cantina Antunes (Av. Independência, 2542, Bairro Panazzolo). O espaço surgiu a partir de um convênio entre o município de Caxias do Sul e o Ministério da Cultura, que foi encerrado em dezembro passado.
Desde então, o Ponto de Cultura se auto-sustenta através de inúmeras atividades. “Efetivamente, desenvolvemos aulas de línguas da imigração, oficinas de culinária e de artesanato, filmes, conferências e debates; apresentações teatrais, de canto coral e de dança, eventos gastronômicos, entre outros. Também realizamos a Semana das Etnias desde 2011 e que neste ano será entre 26 e 31 de outubro”, explica Iraci Marin, coordenador do espaço.
A Casa conta com um conselho gestor, formado por seis pessoas, que representam entidades ligadas a diferentes etnias. O Ponto tem atividades fixas à noite, de segunda a quarta-feira. Conta com regimento interno, que regula todas as atividades e uso dos espaços. Há salas de aula, cozinha, biblioteca e infraestrutura para a realização de atividades de artes cênicas e audiovisuais.
Uma das atrações é o móbile formado por quatro painéis que retratam pessoas de várias etnias. A brincadeira, conforme Iraci Marin, consiste em girar as quatro partes dos móbiles para formar uma pessoa. O detalhe é que nunca há a possibilidade de montar um traje completo de uma só etnia. “O resultado é que nunca teremos uma única identidade, pois sempre será uma mistura de várias etnias”, explica o coordenador.
Sala de Teatro Míseri Coloni
No dia 28 de agosto, junto com a exposição permanente, também foi inaugurada a Sala de Teatro Míseri Coloni (capacidade para 100 pessoas), em homenagem ao grupo teatral caxiense que levou ao palco peças como Nanetto Pipetta e De la del mar. Na entrada da sala, uma placa reverencia o grupo com uma frase de frei Rovílio Costa; “Miseri Coloni é a voz de um povo que vence o medo, assume a própria identidade e se proclama herdeiro do ontem e responsável do dia de amanhã”.
Para visitar o espaço e realizar eventos adequados aos objetivos da casa, em qualquer dia da semana, é preciso agendar. Contatos podem ser feitos com Iraci Marin (54) 3028.1860/9973.6766 ou Ivo Sartor (54) 9118.8889.
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