Será a primeira vez que a Casa Paralela estará recebendo uma temporada de Teatro e, coinscidentemente será a temporada de despedida do artista Gutto Basso da cidade de Caxias do Sul, uma vez que ele se mudará após a temporada. A oficina de Expressão Corporal com Gutto Basso, já tem as turmas definidas nas terças (nos dias 7, 14, 21 e 28), quartas (nos dias 8, 15, 22 e 29) e quintas (nos dias 9, 16, 23 e 30), das 15h às 17h.

Dirigido por Julio Saraiva, o espetáculo interpreta texto de Dostoiévski com a proposta de integrar a literatura e a expressão física da interpretação: o som, a forma e o movimento. O texto base da encenação, protagonizada por Gutto Basso e dirigida por Julio Saraiva, é o capítulo 6 do romance de Fiodór Dostoiévski.

A elaboração da encenação e o desenvolvimento da expressão física do ator foram desencadeados por estudos de movimento originados não só nas técnicas teatrais, como a mímica e expressão corporal, mas também na dança contemporânea (Dagmar Dornelles) e nowushu (origem das artes marciais chinesas).

Ao projeto, aliam-se a sombra de elementos cênicos e bonecos bidimensionais, que em diálogo com o texto, compõem a poesia visual. A trama desenvolve a história de Maria, focando como tema central o indivíduo puro, que imerso numa sociedade corrompida, cruel e desumana, torna-se um inadaptado, sendo rechaçado e marginalizado.

A história é narrada por Míchkin, um príncipe russo, que conhece Maria na Suíça, enquanto passava alguns anos internado num sanatório para doentes mentais, submetido ao tratamento de sua epilepsia. O herói doromance, o humanista e epilético Míchkin, é uma mescla de Cristo e Dom Quixote, cuja compaixão sem limites se choca com o desregramento mundano. A sua bondade e o impacto de sua sinceridade revelam de forma trágica como em um mundo obcecado por dinheiro, poder e conquistas, o sanatório acaba sendo o único lugar para um santo.

A montagem vem sendo estudada desde 2010, com experimentações que vão desde leitura do texto com determinados elementos sendo propostos ao público, até ensaios de montagem de movimentos em praças públicas, paradas de ônibus e parques. Em Londres, 2011, o ator teve contato diário com o Wushu – utilizado como ginástica laboral - e parte daí a idéia de utilizar tais posições e movimentos como parte da matriz do espetáculo. E acaba, por fim, apresentando, ainda como ensaio aberto na Sala Álvaro Moreyra em junho e julho de 2013 com a denominação de “O IdiotaExperimental”.