Agricultura sofre impactos da greve dos caminhoneiros
Sindicato dos trabalhadores rurais aponta que agricultores podem levar até seis meses para recuperar prejuízo
Durante nove dias, a greve dos caminhoneiros mudou a rotina no campo e os agricultores ainda contabilizam perdas provocadas pela paralisação e obstrução de veículos em rodovias de todo o país. A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) estima que o prejuízo no setor pode chegar a R$6,6 bilhões.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Caxias do Sul, propriedades do município ficaram sem ração para alimentar animais e sem insumos para produzir. Houve quem descartou parte da produção. Um trabalhador do distrito de Fazenda Souza jogou fora 10 mil litros de leite, durante os dias de protesto porque não tinha como escoar o alimento. Segundo o presidente da entidade, Rudimar Menegotto, as perdas não serão recuperadas de uma hora para outra.
“A partir do momento que tu descarta, perde, dificilmente vai recuperar. Pra restabelecer a situação, principalmente na questão animal, dos frangos, os especialistas falam em até seis meses a demora”, afirmou Menegotto, em entrevista ao programa Conectado dessa quinta-feira (31).
O Sindicato afirma que deu apoio às manifestações pela queda do preço do diesel, logo no início: “Só que a partir de um certo momento ela tomou certo rumo e começamos a ter prejuízos. Temos agricultores que perderam frangos, suínos e perus. Quem vai pagar essa conta desses agricultores?”.
O Governo Federal anunciou redução de R$0,46 no preço do litro do diesel. Ela deverá ser aplicada em todos os postos de combustíveis do país, a partir de amanhã. Para Rudimar Menegotto, representante dos agricultores, a baixa no preço não é satisfatória. “Porque pra produção agrícola deveria ter mais subsídio, principalmente no óleo diesel, tão importante na produção”.
Ouça a entrevista na íntegra no podcast ao lado.
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