Técnicos da área de agroindústria reuniram-se em Guaporé
Eles visitaram empreendimentos diversificados em Guaporé, Serafina Corrêa, Nova Bassano e Dois Lajeados
A agroindústria Baldissera, produtora de frango em Guaporé, foi uma das oito que receberam a visita dos técnicos na área de agroindústria da Emater/RS-Ascar de todo o Estado, na última quarta-feira, dia 22. Um dos objetivos da reunião de interiorização, que aconteceu de terça a quinta-feira, em Guaporé, foi conhecer iniciativas características das diferentes regiões do Estado. Eles também visitaram empreendimentos diversificados em Serafina Corrêa, Nova Bassano e Dois Lajeados, além de tratarem de questões relacionadas ao Programa Estadual de Agroindústria Familiar (PEAF).
Produtora de frango há 10 anos, a família Baldissera sentiu a necessidade de se adequar às exigências sanitárias e do mercado, e em agosto do ano passado, o empreendimento, que está sendo cadastrado no PEAF, começou a funcionar. Financiado pelo Pronaf, o negócio segue os moldes de uma grande empresa. O casal Orestes e Taís realiza está à frente do trabalho e conta com a ajuda de dois filhos jovens e outros cinco parentes no abate dos frangos, que é realizado duas vezes por semana, totalizando mil frangos abatidos. Taís conta que a filha Vanessa, de 19 anos, já pediu demissão do emprego em um mercado na cidade e vai trabalhar com os pais na agroindústria, que têm dificuldade para dar conta do serviço. A família também tem outras fontes de renda: produz erva-mate, uva, milho e soja, além da criação de tilápia e suínos, sendo uma das propriedades mais diversificadas de Guaporé.
Toda a produção de frangos inteiros congelados e dos diversos tipos de cortes é comercializada na cidade, em supermercados, padarias, restaurantes e também para a merenda escolar.
"O produto tem muita aceitação na merenda escolar. As merendeiras gostaram da qualidade da matéria prima, pois o frango tem uma carne mais consistente", relata o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar de Guaporé, Antônio César Perin.
No período de inverno, a demanda pelo produto aumenta. Orestes conta hoje com um aviário com capacidade para alojar quatro mil frangos, que são abatidos com 60 a 80 dias, mas está encaminhando, com auxílio da Emater/RS-Ascar, projeto de financiamento para construir mais um aviário, a fim de escalonar e ter mais constância de abate, podendo planejar melhor a oferta. O produtor diz que quer trabalhar apenas com produção própria, oferecendo um alimento diferenciado.
"Eu não coloco água no frango, quero vender carne e não um produto que descongele e dê meia bacia de água", ressalta Orestes, acrescentando que, dessa forma, sempre tem novos clientes buscando o seu produto.
O casal diz que a maior dificuldade foi ter começado sem capital de giro.
"Tem que ir investindo devagar. Acho que futuramente tem tudo pra dar certo, a gente vai trabalhar e ir conquistando devagarinho", afirma Taís.
Comentários