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Comitiva gaúcha negocia preço mínimo da uva em Brasília

Baixar Áudio por Isadora Helena Martins

Valor mínimo solicitado para safra de 2021/2022 é de R$ 1,34, um aumento de 23% frente ao atual preço praticado

Foto: Divulgação / Tua Rádio São Francisco

A definição do preço mínimo da uva é uma etapa importante para todos os produtores da fruta no País. Por meio dessa política, os agricultores buscam uma garantia de rentabilidade para os seus produtos na comercialização para as indústrias de vinhos, sucos, espumantes e outros derivados.

Este preço, contudo, historicamente é definido abaixo do valor de custo e rentabilidade que é calculado por entidades e sindicatos que representam os produtores de uva. Para tentar equilibrar o custo de produção com o preço de venda, uma comitiva gaúcha, esteve nesta quinta-feira (21), em Brasília, junto ao diretor de Comercialização e Abastecimento do Ministério da Agricultura (Mapa), Sílvio Farnese, e ao secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo, Cesar Halum, para negociar o valor para safra 2021/2022.

A reivindicação do setor é que o preço mínimo da uva possa cobrir, pelo menos, o custo de produção, que, segundo levantamento do Dieese, é de R$ 1,34 por quilo, uma alta de 23% em relação à última safra no Rio Grande do Sul. Esse valor, contudo, não representa uma margem de lucro significativa para os produtores como destaca o presidente da Comissão Interestadual da Uva, Cedenir Postal: “Entendemos que seria o preço justo, além do custo de produção, que o agricultor tivesse uma rentabilidade. Mas, historicamente, a gente vê que não é isso que acontece, pois, a indústria pratica o preço mínimo. O que é definido pelo governo através do Conselho Monetário Nacional, é isso que grande parte da indústria acaba praticando. Nós temos o custo total de R$ 1,70 e isso nunca foi levado em conta por parte do Ministério da Agricultura, eles têm por base o custo variável que chegou em R$ 1,34 e isso dá 23% de aumento do preço que está fixado hoje, de R$ 1,10”.

Postal destacou que mesmo que o preço mínimo seja estabelecido próximo ao valor de custo, haverá uma defasagem: “Entendemos que pelo menos chegue próximo ou passe desse valor de R$ 1,34. Seria até um pouco defasado devido à alta dos insumos que tivemos e isso acaba não rentabilizando o nosso agricultor. Tem produtos que mais que dobraram de preço, principalmente os defensivos e fertilizantes, sem falar na alta dos combustíveis”.  

A definição do preço mínimo da uva deve ser realizada no final do mês de novembro, quando ocorrerá uma nova reunião do Conselho Monetário Nacional.  

Além das negociações do preço mínimo da Uva, a comitiva gaúcha levou outras reivindicações dos produtores. Uma delas é para que o prazo de pagamento seja respeitado pelas indústrias, não ultrapassando o mês de maio, e que seja criada uma linha específica de crédito para a compra da safra, com prazo de 12 meses para capital de giro, até a venda do produto final. Outro pedido é para que o governo adquira os sucos de uva que estão em estoque elevado.

Integraram a comitiva gaúcha que esteve em Brasília, além de Postal, o vice-presidente da Fetag/RS, Eugênio Zanetti, o presidente da Frente Parlamentar da Vitivinicultura da Assembleia Legislativa, deputado Elton Weber (PSB), e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Veranópolis, OIir Schiavenin. O presidente da Frente Parlamentar da Agricutura Familiar, deputado Heitor Schuch (PSB/RS) agendou a reunião.

 

 

 

 

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