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Produtores de Guaporé contabilizam prejuízos

por Michele Lunardi

Chuvas têm criado dificuldades de plantio principalmente pelos estragos na cultura do trigo e pelo excesso de umidade na uva

Cultura do trigo é a mais prejudicada pelas chuvas no município de Guaporé. Área plantada é de 350 hectares
Foto: Divulgação

O excesso de chuvas que atingem o Rio Grande do Sul devido à influência do fenômeno El Niño, têm preocupado os produtores rurais, principalmente os que cultivam trigo e uva. Além do grande acúmulo pluviométrico, as geadas registradas ao longo dos meses de setembro e outubro também fizeram com que os agricultores recalculassem as perdas nas lavouras. A estimativa do Escritório da Emater/Ascar-RS de Guaporé é de perdas de até 60% na área plantada de trigo, que alcança aproximadamente 350 hectares (Ha) em Guaporé. O consolo é que a cultura é uma das menores em retorno financeiro aos próprios produtores e à economia local.

As plantações de trigo que estavam em estágio de floração e as localizadas em terrenos mais baixos (depressões) foram as mais prejudicadas. Porém, o que mais preocupa é a perspectiva de uma primavera chuvosa, coincidindo com as fases de formação de grão e de maturação, o que poderá ter um impacto maior do que o causado pelas recentes geadas. A evolução das lavouras que se encontram predominantemente nessas fases é que mostrará a efetiva diminuição da produtividade/produção esperadas inicialmente. O Engenheiro Agrônomo da Emater, Antônio César Perin, destaca que não é somente o volume a ser colhido que deverá ser reduzido, mas a qualidade do grão. Se não tiver qualidade mínima, o trio não é aproveitado para moagem, podendo ser destinado somente para ração animal.

“Temos perdas no trigo bastante expressivas na ordem, em média, de 60%. A qualidade também não está das melhores, com PH ruim. Denominamos essa condição de ‘triguilho’ destinado à alimentação animal”, salientou.

O que mais preocupa a Emater/Ascar de Guaporé é a cultura das videiras. O excesso de chuva tem dificultado os tratamentos fitossanitários. As videiras precisam de sol e pouca umidade. Atualmente o quadro é de pouco sol e muita umidade.

“A cultura das videiras tem mais representatividade econômica. São 260 ha de área plantada e dependemos das condições climáticas dos próximos dias. A continuar com essa situação certamente teremos perdas que irão interferir, via de regra, nos rendimentos de produção e nos rendimentos dos agricultores. Não há como quantificar as perdas, pois estamos em fase de desenvolvimento da uva e dependemos do comportamento do clima”, afirmou Perin.

Quando as culturas estão comprometidas, dificilmente os produtores conseguem recuperar as áreas plantadas para as safras. O prejuízo financeiro é amenizado pelos seguros e as vantagens ofertadas pelos Governos Federal e Estadual.

“Não há como recuperar as perdas. Os agricultores dispõem de seguros específicos para cada cultura, uma vez estabelecidas enquanto desenvolvimento vegetativo. De 2003 para 2004 além de ter mais recursos para financiamento foi instituído o ’Proagro Mais’ para apoiar a agricultura familiar e outras garantias. Um conjunto de políticas públicas que ajudam os agricultores familiares uma vez feita a operação bancária. Ninguém fica mais desamparado. Essa foi a grande mudança ocorrida por parte de apoio do Governo Federal. Mas é sempre melhor colher do que depender de seguro”, destacou.

O engenheiro agrônomo destaca também que o plantio da cultura do milho está em atraso. Os intervalos têm sido poucos e a melhor época passou, muito embora o plantio se estenda até janeiro de 2016. A soja, segundo Perin, está sendo plantada. Se persistir as chuvas, haverá atrasos.

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