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Milho põe agroindústrias em alerta

por Maria de Fátima Zanandrea

A alta do grão torna atrativa a exportação do grão brasileiro

Milho fundamental para criação de aves e suínos
Foto: Barbosa Menezes/Divulgação/CR

A valorização do dólar anima os exportadores e aponta para um cenário desfavorável à agroindústria brasileira, que sofre com a alta do milho. Os preços internos estão acelerados nos últimos meses. O cereal se aproxima de R$ 50 à vista por saca, conforme dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

O presidente-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, ressaltou, na quinta 14, a preocupação do setor produtivo com escassez de milho. “Os embarques para outros países continuam elevados, reduzindo a capacidade de abastecimento do mercado interno”, alerta.

Turra destaca, em especial, o fluxo de grãos que segue para abastecer agroindústrias de aves e de suínos dos Estados Unidos. “Apesar da boa safra e da grande oferta existente nos silos daquele país, os Estados Unidos devem importar 1,27 milhão de toneladas de milho, volume 56% superior ao registrado na safra anterior”, observa.

Ao mesmo tempo em que aumentam as importações do grão produzido no campo brasileiro, gera protesto dos produtores americanos do cereal. “Por este motivo, ações que facilitem nosso acesso aos insumos vêm se tornando emergenciais”, enfatiza o presidente da ABPA.

Cenário

O mundo está preocupado. Na safra 2015/2016 deve-se colher 970,1 milhões/toneladas, ajustada ao consumo de 967,5 milhões/toneladas no período, com diferença de apenas 2,6 milhões/toneladas na última safra. No Brasil, a produção anual é de 89,9 milhões/toneladas, para um consumo de 59,8 milhões/toneladas.

Os principais produtores são: Estados Unidos com 35% (34,55 milhões/toneladas), China 23% (224,6), Brasil 9% (89,3), Europa 6% (57,8), Argentina 3% (27) e Ucrânia 2% (23,3).

Na safra 2014/2015 os principais exportadores foram os Estados Unidos com 41,9 milhões/toneladas; Brasil com 35 milhões/toneladas; Argentina com 17 milhões/toneladas e o Paraguai, com 2,5 milhões/toneladas.

Sul

A alternativa do déficit do grão na região Sul é aumentar a área plantada na primeira safra para ter o produto no início do próximo ano. “Santa Catarina precisa produzir 60% de seu consumo para reduzir o déficit do grão”, diz o consultor Remoaldo Araldi.

O Paraná produz 17,87 milhões/toneladas para consumo de 11,51 milhões/toneladas. Santa Catarina produz 3,26 milhões/toneladas para consumo de 7,17 milhões, o que representa déficit de -3,94 milhões/toneladas. Já o Rio Grande do Sul produz 5,33 milhões/toneladas para consumo de 6,64 milhões/toneladas, o que remete ao déficit de -1,81 milhão/tonelada.

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