Condições climáticas favorecem desenvolvimento vegetativo das lavouras de inverno
O aspecto das lavouras melhorou com a recente ocorrência de chuvas
De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado esta semana pela Emater RS-Ascar, a área semeada com trigo no Rio Grande do Sul está com 95% das lavouras em desenvolvimento vegetativo e 5% em floração. No geral, o aspecto das lavouras melhorou com a recente ocorrência de chuvas, o que possibilitou um melhor crescimento vegetativo e viabilizou a adubação nitrogenada em cobertura, que estava atrasada. Em termos sanitários, as lavouras estão com bom aspecto, sem presença significativa de doenças e pragas.
Entretanto, deve haver redução de produtividade em relação à expectativa inicial, devido ao longo período sem chuvas abundantes durante o perfilhamento e o emborrachamento das plantas. Algumas regiões, como Fronteira Noroeste e Missões, estimam diminuição entre 5% e 15%, respectivamente. Porém, esses percentuais devem ser melhor apurados no período da plena floração e do espigamento das lavouras, daqui a 20 dias. A baixa comercialização de trigo só ocorre para troca de insumos para as lavouras de verão, ao preço médio de R$ 32,32 para a saca de 60 quilos.
Da área semeada na safra da canola (52,5 mil hectares), 28% ainda estão em desenvolvimento vegetativo, uma vez que foi plantada no final do período recomendado, ao passo que 47% estão em floração e 25% já se encontram em enchimento do grão. Em termos gerais, a produtividade da cultura está comprometida pelas geadas ocorridas no início de julho e pela falta de chuva regular. Com as recentes precipitações, parte das lavouras podem se beneficiar. Dependendo da região, estimativas preveem redução em relação à produtividade, mas uma melhor avaliação deve ser realizada em agosto, pois há diversas solicitações de Proagro em todas as regiões produtoras.
Outra cultura de inverno, a aveia branca, que tem lavouras em floração e formação de grãos, apresenta aspecto geral considerado ruim, inclusive com incidência de doenças foliares, espigas pequenas e grãos chochos, devido ao longo período com baixa umidade do solo. A expectativa de produtividade terá redução de 20% a 30% sobre a inicial, dependendo da região, necessitando ainda de avaliação final das equipes municipais. Há solicitação de Proagro de algumas lavouras devido à péssima expectativa de produção.
Safra de verão
O plantio das lavouras de milho do cedo já iniciou e se intensificou na última semana após as chuvas. Na região de Santa Rosa, por exemplo, já atinge 18% da área prevista dos 140 mil hectares de milho destinados à colheita de grão (englobando a primeira e a safrinha), com uma expectativa de produtividade ao redor dos 6 mil quilos por hectare. Tal estimativa preliminar é válida apenas para essa região. Normalmente, nesta época do ano, grande quantidade de lavouras a ser implantadas com milho já estaria semeada, mas com a falta de umidade do solo o plantio atrasou.
Olerícolas
A chuva da semana foi benéfica para as hortas e as temperaturas beneficiam o desenvolvimento das hortaliças, ainda assim, é necessário continuar a irrigação para suprir o déficit hídrico. Enquanto isso, os cultivos hidropônico e semi-hidropônico em ambientes protegidos têm mantido a oferta de produtos, porém em volumes menores e com preços mais elevados.
Na cultura do alho, as condições climáticas são benéficas para a emergência das últimas lavouras plantadas e para o desenvolvimento vegetativo das demais áreas. Plantas com boa sanidade, crescimento e uniformidade, mantendo, para a Serra, a perspectiva de aumento de 12% na área cultivada, totalizando 1.700 hectares na região.
Frutícolas
O retorno das chuvas e as baixas temperaturas beneficiam os macieirais e abrandam os ânimos dos maleicultores. Na Serra, segue forte a prática cultural da poda seca, que atinge 80% da área, além da retirada de ramos contaminados e eliminação (queima) de restos de poda. Durante a semana, foram aplicados tratamentos com calda sulfocálcica para reduzir a presença de pragas e a incidência de fitomoléstias nas fases vegetativas e reprodutivas.
Na região de Ijuí, o pêssego encontra-se em final de floração, com formação inicial de frutos. Produtores realizam a poda em atraso na maioria dos pomares. Videiras em dormência, embora os produtores estejam realizando a poda para antecipar a produção.
Piscicultura
A queda da temperatura da água dificultou a piscicultura e os piscicultores aguardam melhores condições ambientais para voltar a alimentar os peixes e adubar os açudes, evitando transtornos alimentares e, por consequência, a morte de peixes. O piscicultor deve aproveitar esse período para adubar e corrigir a qualidade da água para o próximo ciclo de crescimento.
Na Lagoa Mirim, a safra de pesca está em andamento e há captura de espécies como Viola (comercializado a R$ 3,00/kg), Cascudo (R$ 2,00/kg) e Trairão (R$ 5,50/kg). Já em Santa Vitória do Palmar, os pescadores destacam a escassez de peixes nas lagoas, o que impacta de forma negativa na renda do pescador.
Apicultura
Na região de Bagé, as temperaturas elevadas em pleno julho estão antecipando em um mês os trabalhos de manutenção das colmeias e de organização dos favos e dos ninhos para a postura da rainha. A floração também foi antecipada nos bosques de eucalipto e nativas, aumentando a atividade dos enxames. O período é de realização do manejo de inverno, fazendo limpeza de favos velhos e alimentando as colmeias mais fracas. Apicultores constroem e reformam as caixas.
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