Agricultor de Caxias do Sul deixa produção na lavoura por dificuldade em comercialização
Crise e alta produção geram sobra de hortifrutigranjeiros
A alta produção de frutas, verduras e legumes que está sendo registrada em todo o país aliada a redução do consumo em virtude da queda da renda das famílias faz com que agricultores enfrentem dificuldade em comercializar a produção. Em Caxias do Sul, o produtor Agostinho Guazelli, que planta cenoura e beterraba em Vila Oliva deixou de colher e arou a lavoura, pois o valor oferecido pelo produto era tão baixo que não valia pagar os custos adicionais para a colheita. Guazelli vende sua produção para transportadores que fazem a distribuição.
O agricultor Daniel Zanette com trabalha pêssego, ameixa, maçã, caqui e citros que são comercializados na grande Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Fortaleza. O fruticultor acredita que conseguirá comercializar a produção própria, mas está deixando de comprar de produtores menores.
O gerente técnico da Ceasa Serra, Antônio Garbin confirma a sobra de produção e aponta três fatores para esse excedente: o clima favorável, o aumento na área plantada e a crise que afeta o consumidor.
O presidente do Sindigêneros, Eduardo Slomp, afirma que em alguns momentos de alta os supermercadistas mantiveram os preços baixos para garantir as vendas e, embora admita que em outras fases obtiveram lucro, ressalta promoções que foram realizadas recentemente.
Pelas redes sociais circulam imagens de produtos colhidos sendo jogados fora. Em Caxias do Sul, o Banco de Alimentos tem estrutura para encaminhar os alimentos excedentes para entidades e serviços que atendem as comunidades. O auxiliar de coordenação voluntário do Banco de Alimentos, Jaudir Censi, relata que a instituição tem conseguido encaminhar todo o produto que chega com qualidade.
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