RS perde 34,38% da produção de trigo esperada para esta safra
Último levantamento indica que o estado semeou apenas 879,5 mil ha, contra os 1,180 milhão do ano passado: uma redução de 25,48%
No encerramento da safra de trigo no Rio Grande do Sul, as últimas cargas retiradas das lavouras confirmam um péssimo cenário para a triticultura, com as produtividades ficando abaixo das obtidas nas lavouras plantadas mais precocemente. Com a colheita encerrada, os resultados (ou prejuízos) parecem estar consolidados e o clima foi bastante decisivo para o resultado desta safra.
De acordo com o Informativo Conjuntural, elaborado pela Emater/RS-Ascar, a situação das lavouras de trigo e os números refletem as péssimas condições enfrentadas pela cultura ao longo de todo seu ciclo. Embora a produtividade média obtida este ano (1.693 kg/ha) fique 19,48% maior que a do ano passado (1.417 kg/ha), a produção total cai para 1,489 milhão de toneladas, ficando 10,87% menor que a do ano passado (1,670 milhão de t). Se levada em conta a estimativa inicial para esta safra, que era de 2,269 milhões de toneladas, a diferença fica em - 34,38%.
Esta aparente contradição se explica pela significativa redução na área plantada. Este último levantamento, da segunda quinzena de novembro, indica que o estado semeou apenas 879,5 mil ha, contra os 1,180 milhão plantado no ano passado: uma redução de 25,48%.
Durante o ciclo do trigo ocorreram intensas precipitações, mais concentradas no período do plantio e próximas à colheita, comprometendo a formação inicial das lavouras e a qualidade final do produto. Além das fortes chuvas, houve queda de granizo e ventos fortes em áreas menores, com formação de geada tardia, quando a cultura estava em floração/formação do grão, estádio suscetível ao frio.
Embora o controle de doenças tenha sido eficiente, sendo constatada baixa incidência de doenças na espiga, colmo e folhas, os grãos em fase final de ciclo (maturação) foram infectados por fungos produtores de toxinas, provocando perda de qualidade do grão, com restrições ao consumo humano e animal.
Todavia, mais do que uma redução significativa na oferta do produto, é a péssima qualidade do pouco que foi colhido, impedindo que o produtor possa mitigar seu prejuízo.
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