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Com prejuízos estimados em R$ 131,2 milhões, Caxias decreta situação de emergência no interior

Baixar Áudio por Isadora Helena Martins

Levantamento apontou perdas de 69 mil toneladas na produção agrícola e escassez de água para dessedentação de animais e consumo humano

Foto: Divulgação / Secretaria Municipal da Agricultura

Após diversas reuniões e a realização de levantamentos para verificar o tamanho dos prejuízos ocasionados pela estiagem, a Prefeitura de Caxias do Sul publicou, nesta sexta-feira (07), em edição extra do Diário Oficial Eletrônico, decreto de situação de emergência na zona rural do município. Dentre as razões, está a situação crítica da produção rural e criação de animais em função dos danos causados pela falta de chuvas, fenômeno presente na cidade desde meados de novembro de 2019. No documento, a Prefeitura registra que a estiagem provocou diminuição considerável da capacidade de exploração das fontes de água potável, implicando em dificuldades de acesso para o consumo humano.

De acordo com levantamento apresentado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, as perdas econômicas superam o valor de R$ 131,2 milhões e quase 69 mil toneladas de diferentes culturas e produção leiteira. Os prejuízos mais significativos concentram-se em quatro atividades: olericultura, com R$ 40,5 milhões; milho, R$ 29,2 milhões; uva, R$ 25,5 milhões; e maçã, R$ 21 milhões. O valor restante, de R$ 15 milhões, está dividido em mais oito atividades. Comparado com produção anual, a maior perda é no milho, com 50%. Nas demais, os índices variam de 15% a 30%. O relatório ainda expõe que 50 propriedades têm problemas para a dessedentação de cerca de 1 mil animais.

Conforme o titular da Secretaria da Agricultura, Rudimar Menegotto, a estiagem deve ainda interferir nos próximos plantios em algumas propriedades. “Além da perda, o que preocupa é que muitas pessoas não têm água para irrigar nem para fazer novos plantios. Com certeza vamos ter a diminuição da oferta de produtos, afetando até o consumidor. Embora teve uma chuva muito importante, o que se perdeu não tem como recuperar e praticamente não houve alteração nas nascentes. Então a água continua como um recurso escasso”, explicou.  

O decreto institui uma comissão de acompanhamento das perdas e danos, formada por representantes dos produtores dos setores da agropecuária, dos serviços de assistência privada, das cooperativas, da Secretaria Municipal da Agricultura, Emater, Inspetoria Veterinária, Defesa Civil e Samae. O documento, que terá vigência de 180 dias a contar desta sexta, foi elaborado a partir de dados apurados pelos subprefeitos, coordenadores dos distritos rurais, técnicos da Smapa e Emater, e entidades representativas dos agricultores. Menegotto explica que o decreto é uma forma de auxiliar os produtores na recuperação dos prejuízos. “Com o decreto, os agricultores que tiveram perdas em função da estiagem, poderão solicitar em instituições bancárias parcelamento de financiamentos, empréstimos, entre outras medidas. Mas ele tem que ser reconhecido e homologado, tanto pelo Estado quanto pela União”.

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