Tempo para tudo
Tempo de chorar, tempo de pensar, tempo de recordar, tempo de enfim verter a luz num sorriso. De ver a vida passar. De sentir a comunhão entre os fragmentos vividos pelas pessoas. De se permitir ser tocado, de ser verdadeiro, ou de simplesmente sentir... Sentir que está vivo, sentir que navega entre o seu certo e o seu errado. Que entre ambos existe um lugar para se reconectar.
Procurou por colo nos lugares errados, o colo não existia, não compreendia, mas incessantemente desejava não desistir dessa busca.
Não tinha claro que não podia levar o abandono de ontem consigo para sempre.
Abandono do olhar de aprovação, da palavra de carinho, que não existiram outrora, mas que agora clamavam pela edificação. O vazio que guardava continuava a se gestar, até compreender que precisava de uma nova maneira de enxergar o que viveu e como podia transformar tudo aquilo.
Procurava quem remetesse a segurança que em si não existia, resquícios desse abandono o acompanhavam; era preciso compreendê-lo.
Buscava incansavelmente nos locais equivocados, vivia à procura de um colo que estava somente nele; um colo que estava dentro de si.
Isso me faz entender que não posso levar o abandono comigo pela vida afora. O abandono sentido de ontem precisa vir para o hoje de uma nova maneira, transformado.
Nesse passar do tempo procurava a validação, a palavra, a segurança presa no olhar ou o afeto que não conseguia alcançar...
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