Tempo de espera
Tempo de mares revoltos clamando por paz. Para viver, para morrer, para esperar o amado voltar, para derreter um coração endurecido, para desamargar desilusões, para construir novas etapas. Enfim para se encontrar...
Tempo que é fim e início, que se precipita ao mesmo tempo que nos faz postergar ilusões, decisões... Tempo de conclusões e de novos começos, de plantios e de colheitas. Tempo de mergulhar no infinito e renascer.
É no tempo que não nos pertence que guardamos nossas mais sublimes esperas, é esse período que não nos compete, que acolhe o inimaginável, que guarda os nossos mais profundos sentimentos.
Tempo de esperar novos encontros com velhos conhecidos. Tempo de derrubar ilusões, de aguardar significativas resoluções. Tempo para realizar entregas, de esperar recompensa, de temperar a alma com doces recordações. De construir devaneios, de verter sabedoria e de saborear o amor e o carinho. Tudo isso fica à espreita e se embala na estação do aguardo.
Na tocaia do tempo se viu preso na sua incompletude; procurou resgatar fragmentos da própria existência e se embalar na ilusão do que não viveu.
Assim, no colo do tempo se exercita, enquanto aguarda tranquilamente o tempo de espera.
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