Pequeno ser de luz
A família entristeceu-se junto com Molly, a cachorrinha sapeca que andava fazendo travessura pela casa. Ela pouco a pouco se afligia até se deprimir e não conseguir mais se levantar. Não se compreendia o porquê, até que percebeu-se que ela tinha perdido a visão, o brilho, o enxergar a vida, o se comunicar com o mundo. Não mais contemplava as cores da manhã. Não corria atrás da bola colorida pelo chão da sala.
Antes era deixá-la só que se zangava e realizava suas travessuras; agora triste, presa ao chão frio permanecia, imóvel, deixando os dias passar.
Novos cuidados precisaram ser construídos, ela não enxergava mais os perigos. A família se sensibilizou para suavizá-los. Ela era parte dessa família e precisava construir uma nova maneira de se comunicar.
Mesmo sem enxergar, pouco a pouco recuperava o andar. Agora, com mais cuidado ia se deslocar. Os empecilhos eram contornados ou ela batia com o focinho nos móveis, vasos e tudo que estivesse a sua frente, à procura de um novo espaço para passear e conquistar uma nova maneira de se readaptar.
Ao ouvir uma voz conhecida, da conexão profunda construída, seguia a balançar-se toda e na direção daquela voz se aninhar. Esperava todas as manhãs, à espreita, na entrada da porta, a familiaridade entrar e um aconchego ganhar para se nutrir de vida e acolhida.
A família se renovou, afinal ela alimentava a alegria daquela casa.
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