Sim, peço perdão ao meu futuro. Um futuro que poderia ter acontecido diferente de como se construiu... Que poderia ter tido a graça de acordar nas manhãs floridas, ilusoriamente preenchida, ou na falta quem sabe. Difícil saber se as minhas escolhas me empurraram para o melhor ou para o pior.                                   

Peço perdão ao que sonhei e não tive forças para realizar, resgatar, modificar... Pela força ou discernimento que me faltou no momento oportuno.

Peço perdão pelas minhas escolhas, ou pela não ocorrência delas... Pelo que desisti, pelo que não soube cuidar direito.

Peço perdão a tudo que não terminou da maneira que supunha, fazendo meu olho parar de brilhar em alguma parte do caminho...

Às vezes que me perdi nesse trajeto, não soube para onde ir, e nem como cuidar melhor de mim... E isso me cobrou vida, alegria, distanciamento.

Do sorriso em meu rosto... que em algum momento desbotou e que prometi para mim manter sempre vivo.

Às vezes que fui dura comigo, querendo mais do que eu podia dar.

Peço perdão às ilusões que precisei desmanchar, às pessoas de valor que deixei pelo caminho. Foi difícil seguir adiante sem elas...

Peço perdão por ter me deixado esquecida em algum momento, em algum lugar, em algumas incoerências, ou interpretações do que não conseguia inteira viver...

Hoje entrego minhas escolhas, elas me construíram, e foram o melhor que consegui ser e realizar e assim sigo me nutrindo do sol da vida...

E no meio disso tudo percebo que não quero que ninguém me resgate, me salve ou me modifique. Afinal, não teria sido minha vida sem as escolhas que fiz... E o movimento de me reposicionar, precisa ser meu!