Papa Francisco: as primeiras encíclicas (II)
Em continuidade à reflexão sobre o Papa Francisco, neste artigo vamos destacar as publicações do pontífice. Os documentos e decretos pontifícios tratam de assuntos de suma importância para a Igreja e para a humanidade. Por conseguinte, exigem acatamento e estudos por parte dos católicos e da comunidade cristã.
A natureza dos documentos pontifícios é doutrinária, disciplinar e governamental, entre outras. A nomenclatura do documento refere-se ao grau de importância e à natureza do assunto. No que tange às Cartas Encíclicas, são dirigidas aos bispos, aos fiéis e à sociedade e tratam da doutrina em vários campos da fé, dos costumes, da doutrina social e do culto, por exemplo. A Carta Apostólica, menos solene que a Encíclica, trata de normas disciplinares — do tipo promoção de novos beatos e santos padroeiros — e é dirigida aos bispos e aos fiéis. Quanto à Exortação Apostólica, também menos solene que a Encíclica, é direcionada a grupos de pessoas como bispos, clero, sacerdotes, e trata de temas específicos. A Bula Pontifícia refere-se às constituições apostólicas de criação de dioceses. A Constituição Apostólica trata de assuntos de suma importância como os Dogmas de fé. Em relação ao documento chamado Motu Próprio, trata-se de uma iniciativa do Pontífice. E os Decretos são prescrições com o valor de lei promulgada pela Igreja.
A par da importância dos documentos pontifícios, é importante focalizar as publicações do pontífice Francisco, em particular, as duas Encíclicas. A primeira Encíclica foi publicada em 18 de dezembro de 2013, intitulada EvangeliiGaudium, A alegria do Evangelho. Trata do anúncio do Evangelho na sociedade atual e procura demonstrar que a ampla alegria do ser humano vem do encontro com o Senhor. Propõe uma Igreja em Saída, resgate da participação e da colegialidade, inclusão social dos pobres, a paz e o diálogo, e uma espiritualidade de compromisso.
Em 18 de junho de 2015 foi lançada a segunda Encíclica, intitulada Laudato Si’, Louvado Seja, que trata do cuidado com a casa comum. O nome da Encíclica foi inspirado na invocação de São Francisco, Louvado sejas, meu Senhor, que no Cântico das Criaturas recorda que a Terra, a nossa casa comum, se pode comparar ora a uma irmã, com quem partilhamos a existência, ora a uma boa mãe, que nos acolhe nos seus braços. Nós mesmos somos terra (Gn 2,7). O nosso corpo é constituído pelos elementos do planeta; o seu ar permite-nos respirar e a sua água vivifica-nos e restaura-nos.
Preocupado com o futuro do planeta, o papa interroga sobre o sentido da existência e sobre os valores que estão na base da vida social. Ante uma Terra maltratada e saqueada, convida a cada um — indivíduos, famílias, comunidades e nações — a uma conversão ecológica. É preciso mudar de atitude, assumindo a responsabilidade de um compromisso para o cuidado da casa comum. Leia no próximo artigo sobre os pronunciamentos e posições do pontífice.
Comentários