Reitero o silêncio, para desencapsular essa dor, que me toma, que invade o meu ser... Que me apunhala internamente sem eu perceber. Que escorrega, quando desejo alcançá-la...

Preciso ir ao encontro dela para me resgatar, para entrar em contato com o meu eu mais profundo, para me restabelecer, para perceber onde dói mais... Para me acudir, para colocar nas minhas mãos o meu existir, para assumir o que me pertence ou o que eu nunca imaginei que seria meu... Para poder decifrá-la e ou acomodá-la em mim.

Não dou conta e nem me dou conta da dor que me consome. Vou seguindo na escuridão que me acompanha, nas interrogações que me restam, nas reticências que me bastam... Sem conseguir me enxergar e não devolvendo partes de mim – para mim...

Abro um buraco e não chego a lugar nenhum, vou cavando e indo cada vez mais fundo em mim, num misto de querer e não desejar achar a dor que ali está...

Quem sabe, para as coisas irem andando na minha cabeça... para doer menos no meu coração, para movimentar ideias, ilusões, esperanças.

Para encontrar algo nunca antes imaginado, aconchegar em mim o novo o inevitável reiniciar...

A expectativa e o olhar do outro me envolvem, não mais a ferro e fogo, como já me alcançaram. Porque sofri – não desligo esse lugar. Pensar, repensar o meu lugar...o que que gostaria que o outro reconhecesse, e o que eu desejaria ardentemente entender, encontrar... sigo a procurar...

Encontrar um novo significado, para a dor que agora existe dentro do meu/teu ser...

Reitero a palavra, a mão amiga, o entendimento, o pulsar da vida e o novo recomeçar...