Creditando valor
Eu sempre achei que alguém mágico ou surgido do nada, nos lugares comuns por onde andasse iria me creditar de valor.
Um valor que ansiava, que não conhecia direito e que procurava entender e acolher.
Essa esperança, ou doce ilusão, me acompanhou por infinitos caminhos, buscas e lugares por onde andei. Procurei incansavelmente esse crédito de valor que queria e não encontrava em mim, procurava-o vindo de fora através dos outros que ao meu lado andavam, ou que ao acaso se colocassem ali próximos a mim.
Nessa busca, percebi que o outro, assim como eu, também buscava o “mágico” a lhe creditar valor. Faltou a voz, o entendimento e a mensagem “vai você consegue”, ou “você é bom assim como é” . Esse estímulo não chegou até mim e nem nele que ao meu lado ou longe de mim anda agora à procura do seu valor.
Precisávamos tanto eu quanto ele construir esse registro de valor, não pelo outro, mas dentro de nós, pela nossa essência, por nós e para nós; para nos sentirmos parte daquele pedaço de vida que embarcamos.
Você não é o que o outro o torna; você é a sua essência independentemente de elogio ou crítica. O olhar equivocado ou não do outro, não precisa interferir em quem você é ou se torna agora.
Hoje tenho claro que esse valor se constrói de dentro para fora, ou de fora para dentro, apoiado em aprendizados e construções. Mas, independentemente de como iniciam, todos precisam se creditar de valor, vindo de diversas formas, seja do olhar do outro sobre mim ou do meu que me acolhe.
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