Aquela foto
Olhando para uma foto, daquelas que são postadas frequentemente nas redes sociais, e que apareceu na minha frente, vi um grupo grande de mulheres posando, algumas sentadas outras de pé, logo atrás. Passei meu olhar e percebi, que todas aquelas senhoras, aparentemente, sorriam e em sintonia, no mesmo riso e na mesma emoção; nos lábios levemente arqueados, enxerguei um olhar triste, e ele aparecia em todas elas... O estranho é que se assemelhavam, e mostravam o seu sentir, que em concordância tristemente aparecia e em reciprocidade permaneciam.
Minha surpresa ao perceber que olhos e lábios se mostravam em sincronia; eles eram iguais em todas elas. O sorriso e o olhar eram do mesmo formato, do mesmo jeito e o sentir também tinha eco e transparecia...
Me questionei, o que seria aquele olhar triste que via? As dificuldades da jornada, as desilusões do caminho, o cansaço do andar...
O que representava o estar ali, com tanta amargura no olhar. O que estava por trás da foto que se mostrava evidente.
Percebi que elas se sentiam fortalecidas, compartilhando suas dores e desamparos e, apesar do semblante entristecido, consolidavam o não desistir de sorrir, pois estavam ali unidas, buscando forças para continuar. Elas procuravam por vida, que um dia conheceram, que escapou fragmentos, que fugiu do seu caminho. Que talvez o planejado se desfez! Que se desmancharam inteiras para dar conta da dor sentida e queriam ardentemente resgatar o brilho do olhar que um dia tiveram, que tanto desejavam novamente alcançar.
Mas, elas continuavam seguindo, e apesar do olhar triste, elas tentavam sorrir, e seguir adiante, à sua maneira... Não desistiram de procurar, de encontrar a fagulha de vida que um dia deixaram escapar, mas, principalmente de se encontrar. E, de procurar a esperança, um raio de sol, novas possibilidades para se resgatar. De tentar de novo e de uma nova maneira...Era isso que mais importava!
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