Hospitais enfrentam dificuldades financeiras com cancelamentos de cirurgias e exames
O HBSP de Garibaldi teve uma queda de R$ 1 milhão
Se por um lado as medidas de distanciamento social possibilitaram que o sistema de saúde se organizasse para enfrentar a pandemia causada pelo novo coronavírus, por outro lado a suspensão de cirurgias e exames eletivos, com agendamento e sem caráter emergencial, deixou a maioria dos hospitais da região em sérias dificuldades financeiras.
Com menos ou praticamente nada de receita e com gastos aumentados pelos preparativos para receber e tratar os pacientes de covid-19, as instituições de saúde tentam alternativas para manter a operação viável. A intenção das autoridades da área de saúde foi de expor o menos possível as pessoas que precisassem recorrer aos hospitais e deixar as estruturas liberadas para os doentes acometidos pelo vírus.
O problema é que a produção e ocupação dos hospitais caíram drasticamente, gerando queda abrupta no faturamento e consequente dificuldade para gerenciar os custos da estrutura fixa, inclusive quadro de pessoal, e aquisição de insumos e equipamentos, que tiveram seus preços elevados.
De acordo com levantamento do Pioneiro, alguns hospitais têm mais e outros menos impactos.
No hospital Pompéia, a redução drástica de 60% na taxa de ocupação hospitalar e de utilização de serviços – cirurgias e exames – significou um déficit de 2 milhões no final do mês de abril. Segundo a superintendente do hospital, Lara Vieira, a instituição suspendeu contratos de serviços, como a obra de construção de um novo prédio que estava em andamento, reduziu a carga horária, e consequente salário, entre 25 e 50% para 60% dos 1,5 mil colaboradores e demitiu cerca de 30 funcionários da área administrativa. Nenhum servidor da área assistencial foi desligado, conforme a gestora.
O hospital do Círculo está renegociando contratos e prestação de serviços. A redução de cerca de mil cirurgias e 10 mil exames de imagem por mês, o que representa 70% de redução de atendimentos. Os outros 30% são urgência e emergência que continuaram sendo atendidas.
O hospital Geral não teve impacto significativo porque atende 100% pelo SUS e continuou recebendo o valor do teto do que havia contratualizado em média e alta complexidade. Como os demais, registrou aumento nos gastos com insumos e materiais.
O hospital Saúde teve uma redução de 50% na ocupação dos leitos de internação e 70% nos procedimentos cirúrgicos. Previsão de queda em torno de 40% sobre a receita.
O hospital Virvi Ramos deixou de realizar, em média, 700 procedimentos cirúrgicos mensais. Isso representa em torno de R$ 1,5 milhão de receitas a menos por mês. Aumentos de custos para aquisição de EPIs e medicamentos e de pessoal para repor servidores que tenham sido afastados por suspeita de covid-19.
Unimed- Dimimuiu em 50% no número total de procedimentos. Urgências seguem sendo atendidas. Precisou investir mais em insumos e equipamentos.
O Hospital São Pedro de Garibaldi teve uma redução de 70% na taxa de ocupação hospitalar e de utilização de serviços. Isso representa um déficit de cerca de R$ 1 milhão de reais, entre 15 de março e final de abril. Para cada R$ 100, 00 reais de custos do SUS, o hospital recebe R$ 65,00 e o equilíbrio das contas vinha de cirurgias eletivas, procedimentos e convênios que teve uma baixa significativa em função da pandemia.
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