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"Viu, sentiu compaixão e cuidou dele"

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Campanha da Fraternidade 2020

Foto: Divulgação

A Campanha da Fraternidade faz parte do modo como a Brasil vive a Quaresma. Iniciada em 1962, a CF é um dos tantos frutos que se originaram do Concílio Vaticano II. O histórico encontro da Igreja católica teve como objetivo acertar os passos com a Modernidade. Era uma nova visão de Igreja voltada para o mundo para ser Sal, Luz e Fermento para a humanidade. As alegrias, tristezas, angústias do mundo foram assumidos como desafios para a própria Igreja. É preciso salvar todos os homens e o homem todo, dizia o papa João XXIII.

Nestes 58 anos, a CF nos ajuda a entender a conversão em seu sentido mais amplo, desde o nível pessoal até o social e, mais recentemente, o socioambiental. Onde acontecem as grandes rachaduras da civilização, a Igreja ai deve estar exercendo seu papal de Mãe, Mestra, na ótica samaritana.

Neste ano a CF tem como tema: Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso. E o lema se inspira na Parábola do Bom Samaritano, que Lucas nos refere. Significativamente, este samaritano não pertencia ao Povo de Deus. Enquanto o sacerdote e o levita passaram pelo lado, o samaritano “viu, sentiu compaixão e cuidou dele”. O Evangelho chama a atenção aos verbos. Ele não se limitou a ter compaixão, mas viu, aproximou-se dele, derramou óleo e vinho em suas feridas, colocou-o no seu própria animal, levou a uma estalagem e cuidou dele” ( Lc 10 33 )

O Papa Francisco chama a atenção para a globalização da indiferença. Nos anestesiamos diante do mal, cruzamos os braços e seguimos nosso caminho. Imaginamos que os outros, que as autoridades, tomem providências.

Neste ano, a CF colocou como iluminação Santa Dulce dos Pobres, a frágil irmãzinha franciscana, da Bahia, recentemente canonizada pela Igreja..Ela viu os pobres e sofredores, teve compaixão e cuidou deles. A partir de sua iniciativa, outros se ajuntaram a ela, na globalização da compaixão. A pior tentação é não fazer nada sob o pretexto de que pouco podemos fazer. O apelo do Senhor é que façamos o que podemos com o pouco que temos.

O exemplo da Santa Dulce dos Pobres é desafio e compromisso a vencer a indiferença e trabalhar para a solidariedade. Vale para cada um de nós a resposta de Jesus ao especialista em leis: “ Vai e faz tu o mesmo” ( Lc 10, 37)

Frei Aldo Colombo

Central de Conteúdo Unidade Tua Rádio Garibaldi

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