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Freis capuchinhos realizam encerramento do ano jubilar em Garibaldi

por Denise Furlanetto

A missa foi presidida pelo provincial dos capuchinhos Frei Nilmar Carlos Gato

Foto: Divulgação

Na manhã de domingo, dia 04 de dezembro, ocorreu a celebração de encerramento do ano jubilar dos freis Capuchinhos. Na ocasião, foram celebrados os 125 anos de presença dos Freis Capuchinhos no Rio Grande do Sul e 80 anos de sua Província. A Santa Missa contou com a participação de inúmeros freis de diferentes locais do país, e foi presidida pelo provincial dos capuchinhos Frei Nilmar Carlos Gato.

A história conta que os Freis Capuchinhos surgiram no século XVI, em um momento de renovação da Igreja em meio às grandes transformações econômicas, políticas, sociais, culturais e religiosas. Dentre os fieis à Igreja Católica houve um desejo de renovação para viver uma vida cristã de acordo com o Evangelho e com os novos tempos. Entre os frades seguidores de Francisco de Assis tal desejo também se manifestou através da proposta de uma nova forma de vida franciscana, privilegiando a oração, a pobreza e a presença junto aos pobres.

Em 3 de julho de 1528, o Papa Clemente VII, reconheceu a nova forma de vida franciscana e a denominou de Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. Aos poucos, essa Ordem experimentou uma rápida expansão na Itália e, em poucos anos, atravessou os Alpes e se expandiu pela Europa. Em 1574 um convento foi aberto em Paris e, no ano seguinte, outro Chambéry, no Principado de Saboia. Nesta época, se destacaram na pregação de missões populares, cujo objetivo era o de trazer de volta para a Igreja Católica àqueles que tinham aderido à reforma protestante.

No século XVI, a reforma capuchinha cresceu rapidamente na Saboia, França, porém no séc. XIX, dificuldades surgiram para os frades. A França vivia a tensão social que levou à revolução burguesa de 1789. A Igreja, antiga aliada da nobreza, foi envolvida no turbilhão revolucionário, as propriedades eclesiásticas foram desapropriadas e as ordens e congregações religiosas supressas. A partir de 1816, alguns frades que permaneceram na Saboia sob clandestinidade reagruparam-se e, no ano seguinte, reabriram um convento em Chatillon, França. Com a diminuição da perseguição, outros frades retornam e novos conventos são reabertos e a Província é restabelecida.

Em 1889, uma lei foi aprovada obrigando a todos os clérigos e religiosos à prestação do serviço militar. Para evitar que os jovens frades tivessem que interromper a formação e abandonar a vida religiosa, os freis da Saboia, juntamente com os da Província de Lyon, aproveitam-se de uma brecha na lei que isentava do serviço militar aos jovens que permanecessem fora do país até os 30 anos e, a partir de 1890, enviam seus formandos à cidade de Ghazir, na Síria. Lá os frades faziam seu noviciado e seus estudos em preparação ao sacerdócio só retornando à França depois de completar os 30 anos.

No entanto, o sonho de encontrar um refúgio na Síria durou pouco, devido as dificuldades para manter um grupo significativo de frades num país em sua maioria muçulmano e os constantes problemas de saúde dos jovens formandos impulsionaram a busca de outro lugar mais saudável e menos oneroso. Dentre as possibilidades que surgem está o convite feito por Dom Cláudio Gonçalves Ponce de Leão, bispo de Porto Alegre, para que os capuchinhos de Saboia viessem ao estado para se ocupar da pregação de missões entre os imigrantes italianos.

Após vários contatos, em 5 de dezembro de 1895, os freis Leon de Montsapey e Bruno de Gillonnay partiram de Bordeaux em direção a Porto Alegre. Acompanhava-os o provincial de Saboia, Frei Raphael de La Roche. O objetivo era conhecer a região e ver as condições para estabelecer um possível refúgio para os frades estudantes no Brasil, caso tivessem que deixar a Síria. Em 2 de janeiro os três chegaram a Rio Grande e de lá a Porto Alegre. Dom Cláudio propôs que os capuchinhos se instalassem em Veranópolis para, a partir dali, pregar missões entre os imigrantes italianos.

Em 16 de janeiro eles partiram para a serra e no dia 18 chegaram a Garibaldi onde foram recebidos pelo pároco local, Pe. Giovanni Fronchetti que os convidou a se estabelecer na cidade. Após visitar Bento Gonçalves e Veranópolis, a decisão foi pelo estabelecimento em Garibaldi. A favor de tal decisão contou a doação de uma casa para a moradia dos frades feita pelo antigo pároco, Pe. Bartolomeu Tiecher. No final de 1897, com a chegada dos freis Casimir d’Andilly, Edmond de Nâves e Hilarion de Lanslevillard, a missão é reforçada, sendo oficializada a cidade de Garibaldi como sede da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.

Fonte: Vanildo Zugno, frei capuchinho

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