Amores líquidos: os relacionamentos que escorrem pelos dedos
A psicóloga Cleide Debias faz uma reflexão sobre a precariedade das relações afetivas a partir do pensamento de Bauman
No programa 'Psicologia e Você' desta terça-feira, 28/05, a psicóloga Cleide Debiasi refletiu sobre r a precariedade das relações afetivas, por meio do pensamento de Bauman.
De acordo com Baumam, o sociólogo polonês que já publicou mais de 60 livros ( mais de 30 traduzidos para o português) defendeu em suas obras a liquidez da pós-modernidade. Entre seus livros famosos estão Amor líquido, Modernidade líquida, Vidas desperdiçadas e Vida para o consumo: a transformação das pessoas em mercadoria.
Bauman critica veementemente o consumismo e a liquidez das relações. Hoje tudo é feito para ser usado e descartado, desde objetos até empregos, relações de amizade e relações conjugais. Vivemos a Era do descarte. A psicóloga explica que o Marketing é a ciência do século XXI. Tudo passa pelo Marketing porque tudo virou produto.
O jornalismo está cada vez mais comprometido com o consumismo ao invés de denunciar a realidade. A educação está se transformando numa das categorias mais vis de comércio, a arte cada vez mais silenciada, as novelas cada vez mais distantes da cultura popular e cada vez mais atreladas à cultura de massa, os prestadores de serviços de um modo geral cada vez mais preocupados com a autoimagem e o status, incluindo médicos e advogados. E nas relações pessoais, tudo é página virada do meu folhetim, como diria Chico Buarque.
Objetos, empregos e relações foram feitos para serem descartados brevemente. Tudo precisa ser cool e light. Cleize disse, que começamos ignorar que é no peso que nos fortalecemos, que aprendemos, que ensinamos, que deixamos um pouco de nós aos outros e os outros deixam algo deles para nós. Quem não se envolve, quem não ama, quem não sofre, não vive. Sobrevive.
Escute o programa completo no link, "Escute a Notícia".
Comentários