No programa Pensando Bem desta segunda-feira, 27/02, Frei Aldo Colombo fala sobre o egoísmo e a ganância que leva o ser humano a desrespeitar a  natureza, poluindo, desperdiçando e estragando:

"Num lugar qualquer, vivia um homem muito rico e avarento. Adquirira riqueza por meios escusos. E vivia em função dela. Com medo de roubos, cercara seu palácio por seguranças. Certo dia um monge que vivia nas proximidades pediu para ver os tesouros. Na  data  combinada, o monge foi introduzido no palácio e por 10 minutos pode contemplar os tesouros: ouro, prata, esmeraldas, rubis, pérolas...

Esgotado o tempo, o monge disse: obrigado por me dar todo este  tesouro. Espantado, o avarento garantiu : não lhe dei este tesouro, permiti apenas  que o olhasse.  O monge   explicou senti tanto prazer quanto você em ver este tesouro. Apenas  recai sobre ti a responsabilidade de cuidar dele.

Para Francisco de Assis, o grande pecado era apropriar-se das coisas, que não são nossas. Erramos quando dizemos:  a minha terra, o meu espaço, minhas árvores. Não somos donos destas coisas. Não somos donos das estrelas, do ar, do brilho da lua, das fontes. Nada pagamos pela chuva, pela  energia  que vem do Sol, pelo ar que  respiramos, pelo canto dos pássaros, pelos lírios. Não somos donos das sementes, não podemos privatizar um espaço da praia ou colocar um pássaro na gaiola
Deus criou o mundo e quis que ele fosse um jardim para todos os seus filhos e filhas. O egoísmo e a ganância nos levaram a desrespeitar a  natureza, poluindo, desperdiçando, estragando. Não levamos em conta nem o Pai, nem os irmãos.

A Teologia da Criação precisa ser repensada. Isto significa repensar   nossa  relação com a natureza. Não somos donos. Nossa posição é  de inquilinos, que podem usar todas as coisas, conservando-as.   A  vontade do Dono é que a Terra seja um jardim bem cultivado, onde seus filhos e filhas  sejam felizes. Ele  nada nos cobra pelo uso, quer apenas que respeitemos a intenção inicial.  

A Campanha da Fraternidade – 2017  pede: Cultivar  e guardar a Criação.  É compromisso de todos . Se  continuarmos nesta rota em direção ao desastre, porque somos inquilinos, podemos ser- mais uma vez -  expulsos deste jardim." 

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