Frei Aldo Colombo fala sobre as etapas da vida
Confira na íntegra o programa 'Pensando Bem' desta segunda, 21/03
No programa Pensando Bem desta segunda-feira, 21/03, Frei Aldo Colombro falou sobre as etapas da vida e o envelhecimento, utilizando a história de uma jovem que queria ser lembrada por sua beleza após morrer. Confira a mensagem:
"Por favor, lembrem de mim
Maria Clara viveu uma vida intensa, saudável e feliz. Jovem da sociedade, advogada, mãe e avó, para ela a vida sempre foi uma festa. Gostava de recepcionar em sua mansão, era presente constante nos eventos sociais e realizara viagens dos sonhos aos lugares mais belos do mundo. De repente, um pequeno problema de saúde, exames feitos e repetidos. Por fim, a sentença: câncer. O otimismo continuou nas romarias pelos consultórios e melhores hospitais. Mas a batalha foi perdida. Até seus bem cuidados cabelos caíram.
Algumas semanas antes da morte, utilizando as redes sociais, mandou às amigas uma foto, colhida 35 anos atrás. Bronzeada, cabelos ao vento, shortinho branco, num iate tendo ao fundo o mar e o céu. A legenda pedia: por favor, lembrem de mim assim!
Não sei se o pedido foi aceito. E mesmo que tenha sido aceito, não mudaria a realidade. Uma fotografia pode cristalizar apenas um momento. A vida não pode ser resumida neste momento. Sempre existe um antes e um depois. As estações também se sucedem na vida: primaveras, invernos, verões e outonos, cada uma com sua beleza, começo e fim. Fotografias bem diferentes compõem o Álbum da Vida. Lá estão cenas da infância risonha, da adolescência cheia de sonhos e dúvidas, cenas gloriosas do casamento, os filhos, os netos. E o tempo implacável nada respeita.
A vida precisa ser assumida como um projeto maior do que ela mesma. Não podemos negar nenhuma das etapas, não podemos negar as rugas do corpo e da alma, a doença, os cabelos brancos. Somos aquilo que vivemos, o passado é uma realidade definitiva. Nada é mais definitivo que ele. E o corpo é nosso companheiro, em todas as etapas, sempre numa marcha descendente, apontando o fim.
A biologia tem uma marcha previsível: infância, adolescência, vida adulta, depois o declínio até o fim. Mas há outra dimensão em nossa vida. A alma não envelhece, não morre, e se projeta eternidade a dentro. Brigitte Bardot. na melhor fase da vida, foi considerada a mulher mais bonita do mundo. Dela é o desabafo: passamos trinta, quarenta anos cuidando do corpo e, de repente, ele apodrece.
Para a pessoa de Fé, a morte não tem a última palavra. A vida continua depois da morte. A larva oportunista e gulosa se transforma numa esplêndida borboleta. Para os que crêem, garante Jesus, a vida não é tirada mas transformada. Companheiro na luta, o corpo será também nosso companheiro na glória, sem as cicatrizes das batalhas.
A vida merece ser vista não do começo para o fim, mas do fim para o começo. É um projeto que só pode ser avaliado no fim, mesmo porque o fim é o começo."
Ouça o comentário de Frei Aldo clicando no link "Escute a notícia".
Comentários