Pensando bem: a vontade de Deus
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No Pai Nosso rezamos todos os dias: Seja feita a vossa Vontade. E a vontade do Pai é que seus filhos e filhas sejam felizes; que tenham pão, paz e plenitude de vida. É isto que expressam os Dez Mandamentos, caminhos para a felicidade. Mesmo assim, é difícil saber qual a vontade de Deus nas situações concretas da vida.
Em certa ocasião, alguns monges estavam reunidos para a última e silenciosa oração do dia. A maioria deles rezava os Salmos do Breviário. Estavam todos submersos na oração quando faltou luz. Cada um deles teve uma reação.
Um deles pensou nas trevas que envolviam grande parte do mundo e a alma de muitas pessoas. Num canto da sala, um frade velhinho invocava, com ingenuidade, que a irmãzinha luz voltasse para que ele pudesse concluir a oração. Outro monge não se alterou e continuou rezando, mentalmente, as partes que sabia de cor. No pequeno armário existiam fósforos e uma vela. Um deles acendeu a vela e colocou-a no meio do grupo, afugentando, em parte, a escuridão. Finalmente a luz voltou e os frades deram-se conta que faltava um deles. Logo ele retornou à sala, feliz, porque havia descoberto e falha e conseguiu repará-la.
Qual deles fizera a vontade de Deus? Todos ao seu modo. Cada um deles agiu com sua formação e sua história. Cada um, subjetivamente, achou que sua solução era a melhor. Certamente todos agradaram a Deus. No entanto, um deles, analisando as circunstâncias, teve a solução ideal. Deus não quer que o mundo seja envolvido em trevas e espera que seus filhos e filhas acendam uma luz.
Deus não pode servir de desculpa para preguiçosos e fatalistas. Cada um de nós deve fazer tudo o que estiver a seu alcance. Só depois podemos pedir o auxílio divino. Muitas coisas que pedimos a Deus – tanto no lado positivo como negativo - passam pelas nossas mãos. O monge que consertou a instalação elétrica fez a vontade de Deus. Ele soube unir Fé e Vida. Não é suficiente lamentar a escuridão, precisamos acender uma luz. E a luz, que acendemos, serve para nós e para os outros. Ele uniu oração e ação, uniu o amor a Deus e o amor ao próximo.
Frei Aldo Colombo
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