No programa Pensando Bem desta segunda-feira, 18/01, Frei Aldo Colombo fala sobre Jesus, sua caminhada e missão.

"Os evangelhos deixam uma lacuna intrigante, na vida de Jesus. Aos 12 anos, depois de três dias de angústia, Jesus é encontrado por seus pais no templo. dialogando com os doutores da lei. A partir daí abre-se o silêncio, que só é interrompido quando, ao redor dos trinta anos, inicia sua vida pública, anunciando o Reino e pedindo a conversão.

Alguns tentaram encher este espaço, imaginando que Ele tivesse ido ao Oriente, ou outro lugar qualquer, estudando e preparando-se para sua missão, aprendendo com os sábios. Já os evangelhos apócrifos - são uns 15 considerados falsos - inventam fatos extraordinários ao redor da pessoa de Jesus. As macieiras, segundo eles, abaixavam os ramos para que ele pude- se colher os frutos, os pássaros de barro de seus brinquedos adquiriam vida e saiam voando.

O Evangelho de Lucas nos dá uma pista mais segura. Após a crise dos doze anos, afirma: “ Desceu com eles para Nazaré e lhes era obediente. E Jesus crescia em estatura e graça diante de Deus e dos homens” ( Lc 2,51) E quando iniciou sua vida pública, o povo ficou surpreso : “ De onde lhe vem esta sabedoria? E como se fazem tais milagres por suas mãos? Não é este o carpinteiro, filho de Maria” ( Mc 6,3)

A Fé nos ensina que Jesus foi perfeito Deus e perfeito homem. É mais fácil aceitar a divindade de Jesus do que sua humanidade. São Paulo esclarece que Ele foi igual a nós em tudo, menos no pecado ( Hb 4,15). Ele passou pelos nossos caminhos, comeu o nosso pão, bebeu nosso vinho, participou de jantares, chorou algumas vezes, sorriu muitas vezes e irritou-se contra a hipocrisia e auto-suficiência das elites religiosas. Ele abençoava as crianças, encantava-se com os lírios do campo e visitava seguidamente a casa do amigo Lázaro e de suas amigas Marta e Maria.

Sua vida nos ensina. Ele passou cerca de trinta anos preparando-se para missão, passou três anos ensinando os discípulos e as multidões e durante três dias realizou o Sacramento da Salvação, com a Eucaristia, Paixão, Morte e Ressurreição.

Ele privilegiou o cotidiano. Isto vale para todos nós.o cotidiano que vemos, experimentamos, a Deus. Ele nos ensina a santificar o domingo e os dias da semana. Ele nos ensina criar raízes, para um dia produzirmos flores e frutos. Ele nos ensina que o silêncio é necessário para conhecer em profundidade a nós mesmos e perceber Deus e seus sinais.

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