Pensando Bem: Natal, aparência e realidade
Acompanhe o comentário de Frei Aldo Colombo todas as segundas-feiras
Confira o programa Pensando Bem desta segunda-feira, 18/12, com Frei Aldo Colombo:
“Diante da pobreza das palavras, os profetas lançaram mão de imagens para anunciar a Plenitude dos Tempos. O deserto árido e seco transforma-se num vale florido, o cordeiro e o leão pastam juntos, as espadas são fundidas para fazer arados. Não esquecem os cegos que passam a ver e os paralíticos que caminham.
Lucas, com simplicidade, narra o fato. No meio da noite, sob as estrelas, numa gruta de animais nasce o Desejado das Nações. Ao lado de José e Maria aparecem os ingênuos pastores e nas alturas os Anjos proclamam a Grande Alegria à humanidade, amada por Deus ( Lc 2.,6 )
Poetas, místicos, pintores, escultores tentaram retratar o grande acontecimento. Francisco de Assis visualizou a cena no Presépio de Gréccio, copiada milhões de vezes, em toda a parte . O povo simples, sem o recurso da teologia e da arte, criou maravilhosas lendas sobre o fato
Era uma vez... Era uma vez uma senhora. muito religiosa. Dias antes do Natal, um Anjo comunicou-lhe que o próprio Senhor visitaria sua casa na noite de Natal. Como era muito rica, tentou organizar uma recepção impecável Na véspera do Natal, tudo estava pronto, perfumado, organizado em seus mínimos detalhes
Pelo meio da tarde, tocou a campainha. Deve ser Ele, imaginou a mulher, e correu para atender. Era uma pobre mulher, pés descalços e roupas miseráveis . Ela queria saber se havia algum serviço - alguma faxina - para ela. O marido adoecera e ela sustentava a casa. Agora não é o momento, disse a senhora, fechando a porta: volte na semana que vem.
Uma hora depois, a campainha tocou novamente. Prevenida, abriu apenas um pouco a janela. Lá estava um homem robusto, sujo de barro e óleo. Seu caminhão ficara atolado e precisava fazer uma entrega naquela tarde. Pediu emprestadas uma enxada e uma pá. Com isso, conseguiria tirar o caminhão do atoleiro. A senhora sugeriu que ele fosse até o Posto, um quilômetro adiante, lá iriam resolver o problema;
Pela terceira vez a campainha tocou. Desta vez era um menino pobre e esfarrapado. Pedia umas roupas velhas e alguma comida sobrada. Hoje não, volte amanhã!
Anoiteceu e a campainha não mais tocou. Decepcionada, amargurada, ela foi deitar. Algum tempo depois, em meio a uma luz, voltou o Anjo que anunciara a visita. Nunca pensei que os anjos fossem mentirosos, reclamou a dona de casa. Não menti, respondeu ele, por três vezes Jesus quis entrar em sua casa e você não o acolheu, não abriu a porta.
Mais tarde o Menino de Belém esclarecerá: tudo que fizerdes - ou não fizerdes - a um destes pequeninos, a Mim o fazeis.( Mt 25.40)."
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