Casamento é realizado no Céu, mas vivido na terra
Frei Aldo Colombo fala sobre o matrimônio e a sua caminhada para a felicidade
No programa Pensando Bem desta segunda-feira, 09/11, o Frei Aldo Colombo faz uma reflexão sobre o amor e a felicidade no matrimônio:
"O Papa Francisco e a Igreja inteira estão preocupados com os problemas que afetam a vida das famílias. Nunca como agora os ventos e as tempestades sopraram com tamanha força. O Sínodo dos Bispos é uma tentativa de chegar às raízes da crise. No Brasil, nos últimos cinco anos - informa o IBGE - o número de divórcios aumentou em 75%. A cada quatro casamentos, um se desfaz. Isto sem contar com os casais que vivem juntos sem papel passado.
O Evangelho aponta uma causa fundamental para o êxito ou fracasso do casamento: construir sobre a rocha ou construir sobre a areia ( Mt 7, 24) Parece evidente que nossa civilização e nossas comunidades eclesiais estão utilizando mais a areia do que a rocha. A sensibilidade substituiu a racionalidade. Nós nos amamos e isto basta, parece ser a razão fundamental da vida a dois. Quase sempre, o namoro e o noivado são vividos no céu, mas a vida a dois transcorre aqui na terra.. Existem três momentos na caminhada do amor: antes, durante e depois.. A cerimônia é um dia, um detalhe, mas o casamento é uma vida.
Os dias que antecedem o casamento são tensos, nervosos, confusos. Os noivos, pela menos uma vez na vida, querem ser o centro do mundo. As leis da lógica, do trânsito, da gravidade e da conveniência, pelo menos uma vez, são abolidas. Céus e Terra devem parar diante do maior espetáculo da história. Os detalhes da evento são estudados longamente. Por vezes, se esquece o resto. Há tanta preocupação com a moldura e se esquece o quadro.
Depois acontece o dia seguinte. Os noivos deixam o céu, a estrelas e as nuvens e pousam no cotidiano. Tanto mais que a vida de hoje obriga a girar com intensidade. Por vezes, os dois trabalham fora, nem sempre as refeições são feitas em comum e não sobra tempo para conversar. O Pequeno Príncipe falava no cativar: somos responsáveis pelos que cativamos. Porque, sobretudo nos primeiros tempos, o casal é feliz, esquece a Deus.Parece não ser bom critério esperar para buscar a Deus quando a infelicidade bate à porta ou quando é tarde e a casa já ruiu.
Casar não é querer se feliz, mas fazer feliz a pessoa escolhida. Casar é comprometer-se a cuidar um do outro, no melhor sentido da palavra. O casamento é um jardim que pode ser invadido. Casamento supõe a dimensão do perdão, perdão dado e recebido. O amor tem um dinamismo incrível. Mas não podemos apenas sacar do banco do amor, mas é preciso investir nele. Felicidade não é um objetivo para ser alcançado: é um modo de caminhar. Casamento é realizado no Céu, mas vivido na terra."
Acompanhe o programa completo no link, "Escute a Notícia".
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