Confira o programa Pensando Bem desta segunda-feira, 09/10, com Frei Aldo Colombo:

“Pouco sabemos da vida de Esopo, um grego que viveu 700 anos antes de Cristo. Supõe-se que nasceu na cidade do Ponto e parece certo ter morrido na cidade de Delfos, executado injustamente. É certo que foi escravo e criou o gênero literário conhecido como fábula. Trata-se de uma pequena história, de caráter moral e alegórico, cujos papéis são desenvolvidos por animais . Esopo é citado até por Aristóteles e - três mil anos depois - suas fábulas continuam atuais.

Certa vez, conta Esopo, um cachorro carregava na boca um pedaço de carne. Ao cruzar uma ponte, viu sua imagem refletida na água. Logo imaginou que se tratava de outro cachorro com uma porção de carne com o dobro do tamanho da sua. Não pensou duas vezes. Lançou-se sobre o outro animal - refletido na água - com o objetivo de tomar para si a cobiçada carne. Acabou sem nada. Deixou sua carne cair na água, que foi levada pela correnteza. Enquanto o outro pedaço, nem mesmo existia.

A fábula de Esopo continua repetindo-se hoje nas atitudes humanas. Quantas famílias são levadas pela correnteza da vida porque - ele ou ela - tiveram um golpe de vista errado. Vale a lição para os filhos. Troco meu pai por qualquer outro, propôs um filho. Uma filha admitiu quando já era tarde: só hoje reconheço o valor de meus pais. A história de Esopo acontece também no mundo político e no campo empresarial.

A fábula acontece também no campo individual. Nossa vida é feita de escolhas. Podemos avaliar mal e perder tudo. Existem realidades e valores, existem aparências. A tragédia maior: quase nunca é possível voltar atrás. Há fronteiras que, transpostas, ficam definitivamente para trás.

As fábulas e suas lições morais não são apenas histórias para crianças ou relatos de humor. São carregadas de sabedoria. Os antigos já sabiam de uma realidade: castigat ridendo mores. Significa: o riso, a ironia, podem ser uma excelente maneira de criticar costumes.

Dentro de cada um existe a possibilidade do melhor e do pior. Tudo isso determina a lógica da causa ao efeito. A ambição, a ganância e a inveja formam um trio infernal. Prometem e não entregam a recompensa. Mais: tornam uma vida pequena e sem sentido.

Gandhi prometia a si mesmo: humildemente me esforçarei em amar, em dizer a verdade, em ser honesto e puro, em não possuir nada que não me seja necessário".

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