Você faz parte do Clube 99?
No programa Pensando Bem, Frei Aldo faz uma reflexão sobre as pessoas que se tornam escravas do dinheiro
No programa Pensando Bem desta segunda-feira, 07/02, Frei Aldo Colombo fala as pessoas que têm o suficiente - mais que o suficiente - para serem felizes e mesmo assim não estão satisfeitas, tornando-se escravas do dinheiro:
“Vivendo num esplêndido palácio, cercado de auxiliares fiéis, com todo o conforto e poder, um rei não era feliz. Certo dia viu um dos seus criados, que assobiava alegremente enquanto esfregava o chão. Ficou intrigado. Como ele, o soberano do Reino, andava triste, enquanto um humilde criado parecia desfrutar tanto prazer? Mandou chamar o empregado e quis saber porque ele era tão feliz. Sou um simples empregado, majestade, continuou ele, não preciso de muita coisa; tenho uma casa simples para abrigar minha esposa e meus dois filhos e junto à casa um pequeno terreno com flores e algumas hortaliças. Os pássaros me acordam de manhã e bebem água da pequena fonte.
Creio que ele não faça parte do Clube dos 99, observou um Ministro. Que clube é esse, perguntou o rei? Nada melhor que a prática para explicar garantiu o Ministro.
No dia seguinte deixaram diante da casa do empregado um saco cheio de ouro. Achando as moedas, o empregado ficou muito feliz. Nunca tinha visto tanto dinheiro e começou a contar as moedas: dez, 25, 42, 78, 99... Achou que alguém roubara uma das moedas e ou contara mal. Deveriam ser 100 moedas. Isto era lógico. Contou e voltou a contar, mandou a esposa varrer a casa toda e nada da moeda. Por algum motivo faltava uma moeda. E não poderia ficar assim.
Decidiu que iria conseguir a centésima moeda, ai sim, seria feliz. Dali em diante sua vida mudou. Passava o tempo todo pensando na moeda, não mais assobiava no trabalho, dava pouca importância à família e a seu pequeno jardim. Possuía as 99 moedas de ouro e era infeliz.
Majestade, observou o Ministro, algumas semanas depois: agora o empregado faz parte, oficialmente do Clube dos 99.
O Clube dos 99 é formado por pessoas que têm o suficiente - mais que o suficiente - para serem felizes e mesmo assim não estão satisfeitas. Estão continuamente correndo atrás dessa centésima moeda, que lhes faz falta. Falta apenas uma moeda para serem felizes.
Não é preciso muito para ser feliz. Porém quando ganhamos algo melhor ou maior, surge o sentimento de que poderíamos ter mais. Por causa de um pouco mais, a pessoa perde o sono, perde o encanto de viver e acaba por não usufruir as 99 moedas que realmente possui. Acaba perdendo a paz, não mais valoriza o lar, machuca as pessoas que o cercam, como se elas tivessem culpa da moeda que falta. E uma moeda a mais para que serviria? O pouco mais é o preço de nosso desejo.
O dinheiro é um ídolo que acaba cegando seus adoradores. Nunca parece suficiente. Mais: ele quer ser adorado pelos que acham que são seus donos. Na realidade são seus empregados. Talvez por isso, São Francisco nunca procurou a centésima moeda. Nem mesmo quis as outras 99. Ele não fez parte do Clube dos 99, mas foi feliz."
Confira o programa completo no link, "Escute a Notícia".
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