É perigoso deixar para amanhã
No programa Pensando Bem, Frei Aldo faz uma reflexão sobre o tempo
No primeiro programa Pensando Bem do ano de 2016, Frei Aldo Colombo fala o perigo de deixarmos para fazer amanhã o que podemos e devermos fazer hoje:
“Tebas, cidade de cem portas, ocupa um lugar importante na história e na mitologia grega. Seu maior período de glória começou em 371 a.C. quando derrotou Esparta e assumiu a hegemonia grega. Divididas, as cidades gregas, foram conquistadas por Alexandre o Grande trinta anos depois.
Os turistas ainda hoje podem ver ruínas de suas fortalezas e os historiadores tem dificuldade em distinguir a história das lendas. Entre elas se destaca a tragédia de Édipo, que matou o pai Laio e casou – sem saber – com a mãe Jocasta. A lenda foi imortalizada pro Sófocles na tragédia Édipo rei.
Lendas à parte, a história narra o episódio envolvendo o rei Arquias. Em meio a um esplêndido banquete, recebeu um bilhete de um oficial, com o pedido que fosse lido imediatamente e tomadas medidas necessárias. O rei agarrou o papel e, sem lê-lo, colocou-o no bolso e esclareceu: os assuntos sérios ficam para amanhã.
A festa continuou por algumas horas e foi interrompida por seus inimigos que o assassinaram; No dia seguinte, o papel ensanguentado foi encontrado pela esposa. Tarde demais.
O tempo é um presente que Deus concede para nosso amadurecimento. Talvez por isso falamos do tempo-presente. Presente de Deus. Cada minuto é um milagre que não se repete mais.
È perigoso deixar coisas importantes para amanhã, mesmo porque não sabemos se haverá um manhã para nós. E se vier será do mesmo tecido do hoje e, possivelmente, vamos adiar a decisão para o dia seguinte. Quando uma coisa é importante não podemos deixar para amanhã. E se deixamos para amanhã, estamos admitindo que não é importante.
No Livro dos Juízes lemos que o rei Ezequias, velho e doente, foi alertado pelo profeta Isaias para que colocasse a casa em ordem (Jz 11,20) Por vezes, a vida manda recados, mas existe sempre possibilidade da surpresa interrompendo a festa da vida. Esta urgência vale para todas as situações. Deixar para amanhã é sempre perigoso
.O cronista Rubem Alves garante: amar é ter um pássaro pousado no dedo. Quem tem um pássaro pousado no dedo sabe que, a qualquer momento, ele pode voar. E conclui: a vida não pode ser economizada para amanhã. Acontece sempre no presente
Todos nós, queiramos ou não, com clareza ou desordem, temos uma escala de valores na vida. Prestar atenção ao topo da tabela é importante. Para amanhã deixemos apenas o amanhã. Se é importante deve ser assumida hoje. Olhe no relógio: agora."
Acompanhe o programa completo no link, "Escute a Notícia".
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