No cemitério Père Lachaise, em Paris, há uma impressionante escultura: Monumento à Morte. Uma grande porta semiaberta, com uma força irresistível, atrai figuras humanas. Alguns deixam-se arrastar, impotentes, para a porta da morte. Outros, sem sentido, jazem por terra. Enfim, um terceiro grupo, envolvido no desespero, tenta inutilmente defender-se.

Em meio a toda esta confusão, dois homens, cabeças erguida, rostos serenos, indiferentes ao pavor da morte. Seus pés repousam sobre um túmulo vazio, uma grande pedra removida e, sobre este tumulo uma inscrição: Ele não está aqui. A obra é inspirada no Evangelho (Lc 24,06) quando os anjos, no Terceiro Dia, proclamam a ressurreição de Jesus. Ele superou todas as barreiras humanas, inclusive a morte, e estabeleceu o reinado da vida

Trata-se do fato mais extraordinário e maravilhoso da História. Jesus, o filho de Deus, armou sua tenda no meio de nós; assumiu nosso destino. Ele anunciou a libertação de todas as limitações humanas e nos convidou para o grande Banquete da fraternidade. Os pobres, os pequenos, os humilhados foram chamados a escutar a Boa Nova.

Nem suas maravilhosas palavras, nem sua doutrina jamais escutada, nem seus impressionantes milagres foram suficientes. Seus inimigos deram-se as mãos e construíram uma rede de ódio e intrigas. E o profeta de Nazaré foi preso, humilhado e morto, de maneira infamante, numa cruz. Uma vez mais falhara a esperança dos pobres e cresceu a certeza de que estamos condenados a viver na lógica da violência e do pecado.

Mas no Terceiro Dia, enxugadas as lágrimas, a humanidade volta a sonhar. Jesus regressa à vida. A morte, consequência e símbolo do pecado, é obrigada a devolver sua vítima. Ele não está aqui; ressuscitou. Com ele ressuscitaram suas palavras, seu ensinamento e seu projeto. Começa uma nova história, marcada pelo amor definitivo de Deus com suas criaturas; começa a História da Salvação.

A Ressurreição de Jesus é a certeza que o Mal não terá a última palavra. A história humana tem um final marcado, um final feliz. A última palavra da história surge da Ressurreição; esta palavra é Amor.

Frei Aldo Colombo

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