Com excesso de produção de leite materno, mãe de Garibaldi há seis meses doa o alimento ao projeto AMA Tacchini
Conheça a história de Mária Amélia Carrer Sentier
Todas as mães têm muito para contar sobre seus filhos, mas algumas histórias são inspiradoras. O Saúde e Bem-estar deste sábado (20) traz a história de Maria Amélia Carrer Sentier, mãe da Ana de seis anos e do Lucas que vai completar seis meses na próxima semana. Maria é voluntária e doa leite materno para crianças que precisam deste alimento ouro e que estão internadas na UTI neonatal do Hospital Tacchini. E na sexta-feira celebrou-se o Dia Mundial de Doação de Leite Humano.
A doação iniciou ainda nos primeiros dias de nascimento do Lucas. Ela diz que a produção é extraordinária e a equipe dos bombeiros passa semanalmente para recolher vidros com o líquido congelado para levar ao banco de leite. Ela realiza com frequência exames que atestam uma condição saudável para a doação. Doar é bem fácil, mas exige todo o cuidado de higienização e dedicação. O motivo de apresentar tanta produção, Maria não sabe responder. Acredita ser da sua natureza que vai muito além do que se alimenta e ingere de líquido. Ela ensina que tem cuidado em escolher alimentos com bastante nutrientes para que o leite também seja ainda mais rico. Até o café ela mudou, optando pelo descafeinado para que a criança fique mais tranquila.
20 anos da Síndrome de Guillain Barré - Maria é casada com Tiago, atua como funcionária pública na Secretaria Municipal de Educação e é mãe de duas crianças. Ela conseguiu vivenciar toda esta alegria devido a fé que teve no passado. Em agosto de 2003, quando tinha 16 anos de idade, foi acometida pela Síndrome de Guillain Barré, uma doença rara e autoimune. Ficou mais de 70 dias internada em hospital e saiu da unidade hospitalar pesando apenas 30 quilos, sem capacidade de sustentação do corpo, tampouco do pescoço. Muitas vezes desacreditada pelos médicos, Maria com apoio dos pais, amigos e com muita fé, nunca desistiu de viver, “enquanto o coração batia eu tinha esperança”. E aos poucos foi recuperando sua vida. Ficou com algumas sequelas, principalmente nas pernas, mas nada tirou sua força de viver e realizar seus sonhos. Encontrou o amor de sua vida, casou-se, estudou, passou em concurso público e gerou duas lindas crianças e que herdaram a cor de seus olhos, azuis. Ela guarda um caderninho das lembranças das pessoas que a visitavam durante a sua enfermidade para nunca esquecer das mensagens. Em risos, disse que as pessoas não sabiam o que falar e ela dava forças muitas vezes, comenta.
Para as pessoas que estão doentes, as mães que estão enfrentando alguma dificuldade, ela deixa a seguinte mensagem: “Eu sou abençoada, eu tive uma segunda chance de vida. A gente não deve deixar se abater diante de alguma dificuldade. É preciso ter muita fé, pois ela tem um poder inigualável, de mover montanhas, se a gente tiver que se curvar que não seja diante do problema, mas que seja diante da mãe Maria, fazendo uma oração e ter fé que vai passar e, como eu digo, enquanto o coração bater existe esperança. Jamais percamos a fé, temos que ter esperança de que tudo vai passar,” finaliza.
O que é a Síndrome Guillain Barré? É um distúrbio autoimune, ou seja, o sistema imunológico do próprio corpo ataca parte do sistema nervoso, que são os nervos que conectam o cérebro com outras partes do corpo. É geralmente provocado por um processo infeccioso anterior e manifesta fraqueza muscular, com redução ou ausência de reflexos. Várias infecções têm sido associadas à Síndrome de Guillain Barré, sendo a infecção por Campylobacter, que causa diarréia, a mais comum. A incidência anual é de 1-4 casos por 100.000 habitantes e pico entre 20 e 40 anos de idade.
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