Safra da uva de 2015 produziu 16% a mais em relação ao ano passado
Foram colhidos mais de 700 milhões de quilos. Qualidade da fruta para elaboração de vinhos, sucos e espumantes foi considerada boa
Na safra 2015, o Rio Grande do Sul, estado que responde por cerca de 90% da produção da fruta para processamento no país, produziu 702,9 milhões de quilos de uva. Deste total, 632,5 milhões de quilos são de variedades americanas e híbridas - usadas na elaboração de vinho de mesa e suco - e 70,4 milhões de quilos de uvas Vitis vinifera, usadas para elaborar vinhos finos e espumantes. Em 2014, a safra registrada foi de pouco mais 606 milhões de quilos, sendo 540 milhões de americanas e híbridas e 66 milhões de quilos de uvas viníferas. O crescimento em relação à safra passada foi de quase 16% em volume.
Do total processado, 55% das uvas foram destinadas para a elaboração de sucos e derivados que resultaram em 190,9 milhões de litros. 45% do total colhido foram usados na elaboração de vinhos e derivados, resultando em 251 milhões de litros. A soma é de 441,8 milhões de litros de derivados da uva e do vinho nesta safra.
O presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Moacir Mazzarollo, cita alguns aspectos que contribuíram para o resultado. Segundo o dirigente, que é viticultor no município de Veranópolis, na Serra Gaúcha, neste ano a brotação foi mais uniforme e os cachos eram maiores e mais cheios, fatores decisivos para o maior volume. Mazzarollo pondera que os períodos de chuva alternados com predominância de tempo seco prejudicaram alguns produtores, mas que a perda acabou sendo pequena. "Tínhamos uma expectativa de que superaríamos em até 10% a safra anterior, mas o resultado foi melhor do que o esperado", comemora.
Quanto à qualidade, Mazzarollo afirma que os relatos que tem colhido junto às cooperativas e demais empresas são de uvas com boa sanidade, cor e graduação dentro da média e até superior aos últimos anos. "Acredito que a redução na espera dos produtores para a entrega nas vinícolas foi fundamental para manter a qualidade da matéria-prima", conclui.
Olir Schiavenin, presidente da Comissão Interestadual da Uva, justifica a safra maior em relação ao ano passado em função do aumento de áreas plantadas, com mudas novas e formas mais adequadas de manejo. "A cada ano observamos um cuidado maior com a uva que resulta em maior produtividade e também reflete na qualidade do produto final", diz. Schiavenin acrescenta que os custos de produção obrigam os produtores a aumentar o volume para viabilizar a atividade. "Continuamos com problemas como da mão-de-obra, cada vez mais escassa e cara, da sucessão rural, entre outros pontos que precisam ser analisados e colocados na balança quando comemoramos um safra como esta, que foi boa em volume e qualidade", propõe.
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