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Gratidão, Paixão e Esperança - II

Miguel Debiasi

Em continuidade ao artigo anterior, sobre os 120 anos de presença dos Freis Capuchinhos no Estado, neste enfoco o trabalho missionário da Província e o específico na região de Marau. A Fraternidade dos Freis Capuchinhos de Marau compreende os frades que atuam nas cidades de Itapuca — a primeira paróquia assumida pelos freis nesta região —, Nova Alvorada, Camargo e Nicolau Vergueiro.

Quanto ao trabalho missionário dos freis Capuchinhos, atualmente abrange: pastoral paroquial, indígena e hospitalar; missões populares; animação vocacional; escolas formativas e superiores, universidades; CNBB; meios de comunicação — jornal, rádios, sites, plataformas mobile —; gráficas; centro de eventos; casas de atendimento e recuperação humana; pousadas de turismo religioso; casas de promoção à saúde; assessorias; projetos sociais em parceria com os poderes públicos, ONGs, com a Ordem Terceira Franciscana Secular; acompanhamento e assessoria ao Movimento Sem-Terra e assentados das colônias agrícolas; publicação de livros; cantinas; museus; movimentos sociais de justiça, paz, ecologia e outros.

Quanto ao trabalho dos freis Capuchinhos em Marau, assessoro-me das publicações do historiador, professor e teólogo Ignácio Dalcim. Em 13 de maio de 1934 toma posse como quarto vigário de Marau o frei Gentil Giacomel, que com seu entusiasmo marcou profundamente o povo de Marau. Aliás, os registros em Livro Tombo enfatizam: “Frei Gentil foi um dinâmico: construiu o Convento São Boaventura, a belíssima Igreja Matriz, o confortável Hospital Providência e o Colégio Cristo Rei. Renovou quase todas as Capelas e edificou outras, abriu o poço artesiano. Preparou os quatro ramos da Ação Católica. Benemérito e incansável colaborador do progresso de Marau em todos os sentidos”.

Com o passar dos anos, outros freis foram chegando e incorporando trabalho pastoral na Paróquia e no Convento. Em 10 de janeiro de 1943 toma posse o quinto vigário paroquial de Marau, Frei Atanásio Polentez. Prosseguindo com os trabalhos veio a Fundação da Banda Musical, sob o comando do maestro e compositor Frei Exupério de La Compôte; o serviço de alto-falantes da igreja, servindo de rádio para a comunidade. Em 1943 criou-se a Fundação Subnúcleo da liga de Defesa Nacional; a inauguração da Banda Santa Cecília, a Sociedade Recreativa São Francisco, hoje ABESFA. Em 1945 inaugura-se a Gruta Nossa Senhora de Lourdes e o Círculo Operário Marauense. E em 1958 ocorre a fundação da Rádio ZYU 82 – Rádio Alvorada; do Sindicato dos pequenos agricultores proprietários; da Associação dos Motoristas, e muitas outras iniciativas.

Nesses fatos manifesta-se o carisma e é possível compreender o espírito de presença e o incansável trabalho da Fraternidade Capuchinha junto ao povo marauense. Aqui não é possível enumerar todos os nomes, mas estão vivos em nossa memória e registros.

Para concluir, reporto-me ao lema que convida freis e comunidades a olhar o passado da Província com gratidão; viver o presente da Província com paixão; e abraçar o futuro da Província com esperança. Então, celebre esse evento dos 120 anos de presença capuchinha como parte substancial desta história.

Sobre o autor

Miguel Debiasi

Frade da Província dos Capuchinhos do Rio Grande do Sul. Mestre em Filosofia (Universidade do Vale dos Sinos – São Leopoldo/RS). Mestre em Teologia (Pontifícia Universidade Católica do RS - PUC/RS). Doutor em Teologia (Faculdades EST – São Leopoldo/RS).

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