Médico psiquiatra avalia relação da pandemia com o aumento nos casos de depressão e ansiedade
Baixar ÁudioSegundo a OMS, somente no primeiro ano de pandemia, a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou em 25%
A depressão e a ansiedade são problemas médicos graves e altamente presentes na população. Segundo a OMS, a prevalência de depressão na rede de atenção primária de saúde é 10,4%, isoladamente ou associada a um transtorno físico. Já com relação à ansiedade, o Brasil possui a população com a maior prevalência do mundo, chegando a aproximadamente 9,3% dos brasileiros.
Para falar sobre o tema, o médico psiquiatra Leonelo Pratz de Lima, foi convidado ao programa Temática da Tua Rádio Fátima. Na oportunidade, ele reforça que, apesar do senso comum que trata as doenças como sendo a mesma coisa, são problemas distintos que necessitam de tratamentos e cuidados diferentes, embora possam caminhar juntos e as causas possam ser coincidentes. Segundo ele, a ansiedade pode ser entendida, na maioria dos casos, como um estado constante de alerta, ao passo que a depressão tem quase sempre relação com um sentimento de desvalia e isolamento.
Ainda durante a entrevista, o médico comenta o impacto da pandemia no agravamento do quadro das doenças no país. Durante esse período, a Covid-19 aumentou o processo inflamatório corporal, o que ocasionou crescente no registro de ansiedade e depressão, sobretudo na parcela mais jovem da população. Segundo ele, aqueles que não tinham problemas passaram a desenvolvê-los com mais facilidade, bem como os quadros já diagnosticados foram ampliados.
O médico comenta que o fator ambiental favoreceu a piora no cenário nacional, pensando que a convivência dos jovens entre si foi prejudicada em todos os aspectos, o que teve reflexo mesmo após o retorno das atividades presenciais nas escolas. No que diz respeito aos adultos, é evidente o aumento nos problemas relacionados ao consumo de álcool e drogas decorrentes da pandemia. Para Leonelo, a interação social é uma forma de proteção contra estes fatores.
Somente no primeiro ano de pandemia, a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou em 25%, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
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