Em Vacaria, cerca de 95% das crianças que chegam na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) em busca de atendimento estão com suspeita ou confirmação do diagnóstico de transtorno do espectro autista. Em entrevista à Tua Rádio Fátima, a diretora Adriana Benato explica que, dos 319 usuários na cidade, 99 estão diagnosticados como dentro do espectro, sendo que há 60 na lista de espera para atendimento clínico. Ainda, 80 novos casos foram registrados somente nos últimos dois anos. Segundo ela, não há nenhum estudo que comprove com certeza a causa por trás de crescente nos casos de autismo.

A diretora ressalta que na sede da APAE é possível realizar a emissão da Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CIPTEA). O documento pode ser emitido mediante apresentação do laudo médico que confirme o diagnóstico e documentos básicos da família (CPF, foto, etc) e serve como meio de identificação.

Ainda durante a entrevista, a chefe pedagógica Maria Aparecida reforça que, diferentemente de outros espectros, a identificação do autismo dificilmente é feita por conta de características físicas, sendo de difícil diagnóstico durante os primeiros anos de vida. O fato do espectro possuir inúmeras manifestações também dificulta o reconhecimento e o tratamento. Ela afirma que quem deve ficar atento às possíveis manifestações são os próprios pais, ao passo que são eles que tem o contato direto e constante com a criança. Em Vacaria, muitos dos usuários chegam com o diagnóstico tardio, o que ressalta a importância da atenção da família neste quesito.

O número estimado de autistas no Brasil é de cerca de 2 milhões, sendo que no mundo, segundo a ONU, acredita-se haver mais de 70 milhões de pessoas dentro do espectro.