Convênio entre governos estadual e federal qualifica cadeia produtiva do queijo serrano
O convênio vai capacitar técnicos e produtores em Boas Práticas Agropecuárias e em Boas Práticas de Fabricação
Cerca de 1,5 mil propriedades rurais que fabricam queijo artesanal serrano na região dos Campos de Cima da Serra, no Rio Grande do Sul, serão beneficiadas com o plano de trabalho 'Qualificação da cadeia produtiva visando à melhoria da qualidade do queijo artesanal serrano produzido na região de abrangência da futura Indicação Geográfica (IG) Campos de Cima da Serra (Rio Grande do Sul e Santa Catarina)”. O convênio foi assinado nesta quarta-feira (30) entre a Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), no Espaço Cultural da 19ª Feira da Agricultura Familiar, que ocorre na 40ª Expointer, em Esteio. A vigência é até 2019, e serão disponibilizados R$ 786.054,00.
O objetivo é promover a melhoria da qualidade do queijo e garantir a sustentabilidade da cadeia produtiva. Para tanto, haverá, entre outras ações, a capacitação de técnicos e produtores em Boas Práticas Agropecuárias e em Boas Práticas de Fabricação, relacionadas à fabricação do queijo artesanal serrano. A Emater, parceira do projeto, prestará assistência técnica continuada em queijarias produtoras de queijo serrano.
Para o secretário do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Tarcisio Minetto, a qualificação é fundamental para avançar na produção do queijo artesanal serrano. “Temos responsabilidade enquanto gestão pública para ajudar no desenvolvimento dessa cadeia produtiva e fortalecer a caracterização do queijo serrano”.
O superintendente substituto federal do Mapa no Rio Grande do Sul, José Ricardo Cunha, enfatizou que o Ministério está engajado nos projetos que atendem ao pequeno e médio produtor. “Estamos nos modernizando e vamos chegar a um denominador comum, onde todos saiam satisfeitos”, disse.
O secretário adjunto da SDR, Iberê Orsi, afirmou que o convênio é um trabalho de resgate dessa que é uma atividade econômica importante para o Rio Grande do Sul. "É uma atividade do médio produtor. E precisamos oferecer tecnologia e condições para que ele se legalize. Alguém que produz 10 quilos de queijo por dia não pode ser comparado, em termos de legislação, às grandes indústrias”, destacou.
O coordenador técnico da Câmara Setorial do Leite e Derivados da Seapi, Danilo Cavalcanti, contou que a Câmara trabalha, em conjunto com a SDR e a Emater, no projeto de fomento aos queijos artesanais, incluindo o queijo serrano. De acordo com Cavalcanti, parte da verba destinada ao convênio, cerca de R$ 200 mil, será usada na pesquisa para redução do tempo de maturação do queijo serrano.
Segundo a médica veterinária da SDR, Neusa Castro, para a execução do projeto serão selecionadas 50 queijarias de 16 municípios, cadastradas, ou em fase de cadastramento, no Programa Estadual de Agroindústria Familiar da Secretaria. “Os demais produtores serão abrangidos através da realização de eventos coletivos”, explicou.
Sobre o queijo serrano
O queijo artesanal serrano é definido por uma instrução normativa da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi) como semigordo de média umidade, a partir de leite cru de bovinos. É um produto típico e exclusivo dos Campos de Altitude do Rio Grande do Sul (Campos de Cima da Serra) e de Santa Catarina (Planalto Sul-Catarinense). É produzido nessas regiões há cerca de 200 anos, através da adaptação de receita de origem portuguesa, passada de geração a geração. Até hoje, é um dos principais produtos para cerca de 3 mil fazendas serranas, representando mais da metade da renda agrícola bruta dessas propriedades rurais e a principal atividade na rotina diária das famílias.
Participaram do evento, o presidente da Emater/RS-Ascar, Clair Kuhn; o auditor fiscal agropecuário do Mapa, Rodrigo Almeida; e o deputado estadual Alceu Moreira.
Fonte: Darlene Silveira
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